A operação Geia, deflagrada hoje pela Polícia Federal, está colhendo informações sobre um suposto esquema criminoso milionário em decorrência de fraudes em documentos e grilagem de terras públicas da União em Mato Grosso. De acordo com o delegado Jesse James Rodrigues, em entrevista esta manhã, há alguns casos de falsificações de documentos de propriedades da União na região dos municípios de Pontes e Lacerda e Comodoro (região Oeste) que agora estariam nas mãos de grileiros. O esquema teria movimentado mais de R$ 2 milhões.
A quadrilha que está sob investigação conseguiu fraudar os títulos de 27 áreas nesta região. A extensão média das propriedades é de 500 hectares. Com documentos falsificados, mas legalizados irregularmente, a quadrilha vendia as propriedades ou as utilizavam como garantia para empréstimos bancários. Os envolvidos devem responder por falsidade documental, estelionato, formação de quadrilha e apropriação de terras públicas.
A suspeita é de que servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) estejam envolvidos. Alguns dos mandados de busca e apreensão foram cumpridos na sede do órgão, em Cuiabá. "Também existem indícios da participação de pessoas conhecidas no meio jurídico, mas não posso revelar nomes para não atrapalhar as investigações", disse durante a coletiva.
A assessoria de imprensa do Incra informou que eles estão colaborando com a Polícia Federal e forneceram todos os documentos solicitados. A entidade afirma também que se caso tenha algum documento forjado, a falsificação não foi feita dentro da entidade. A assessoria informa ainda que irão tomar todas as medidas cabíveis para esclarecer a situação do suposto envolvimento dos servidores nas falsificações.
Conforme Só Notícias já informou, dez mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça Federal de Cáceres para serem cumpridos em Pontes e Lacerda, Cuiabá, Rondonópolis, em Mato Grosso, além de Rolim de Moura, em Rondônia.