Os servidores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) decidiram cruzar os braços, amanhã, por tempo indeterminado. Os trabalhadores garantem que as negociações vêm sendo discutidas desde 2008. Conforme membro do Comando de Greve e supervisor regional de Mato Grosso, Julismar Andrade de Vasconcelos, na terça-feira (18), houve uma reunião entre a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) e a Secretaria de Relações do Trabalho (SRT) do Ministério do Planejamento, mas não houve acordo.
Há mais de cinco anos sem reajuste, a categoria não firmou acordo com o governo federal no processo de negociações de 2012 que assegurou aumentos de em média 15,8%, em três anos, para uma série de setores, já que suas principais reivindicações não seriam contempladas.
Com essa negativa do governo, Julismar disse que o movimento paredista atuará desde a manhã desta terça-feira, com apoio do Sindicato dos Servidores Públicos no Estado de Mato Grosso (Sindsep-MT). "A paralisação será 100%, inclusive os terceirizados, com a realização de piquetes nos portões do Dnit. Segundo a Lei de Greve, no seu artigo 10, nosso serviço não é essencial, portanto não há necessidade de mantermos parte de servidores trabalhando, a não ser que a Justiça do Trabalho assim o determine", disse Vasconcelos.
Enquanto isso, a categoria segue firme no propósito de lutar para ver asseguradas suas demandas centrais. A Condsef já notificou a greve aos ministérios dos Transportes e do Planejamento, além do Dnit. Com a greve dos servidores do Dnit muitos projetos do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) devem ser afetados. Para a categoria o governo buscou o problema na medida em que não teve habilidade para solucionar o conflito e não deu tratamento adequado aos seus servidores. A Condsef ainda acrescenta que o PAC até o momento gerou grandes benefícios a empreiteiras e grandes empresas enquanto os trabalhadores carregam apenas o ônus deste processo ficando a mercê de condições inadequadas de trabalho.