A Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública divulgou mais uma etapa das investigações que apura irregularidades na confecção de documentos de veículos no Detran.
Hoje a juíza Maria Cristina de Oliveira, substituta da 8º Vara Criminal, decretou sigilo absoluto no processo que apura a fraude na emissão de laudos, inclusive os advogados estão proibidos de verificar os autos, devendo recorrer por escrito à Justiça.
“O segredo decretado pela Justiça é uma forma de organizar melhor e agilizar o processo, até porque temos somente 10 dias para conclusão dos trabalhos”, disse a delegada fazendária, Alana Cardoso, afirmando não ser o “segredo de Justiça” cerceamento as informações a serem repassadas para a imprensa, tão pouco de cunho informativo ao processo.
Hoje também foram expedidos mais três mandados de prisões temporárias de acusados de praticarem as fraudes; desses, dois foram cumpridos.O primeiro contra um servidor do Detran, que não teve o nome revelado. Ele trabalhava na vistoria de veículos. O outro preso é um funcionário de uma empresa terceirizada pela Secretaria de Fazenda (Sefaz).
O terceiro mandado é contra uma ex-estagiária do Detran. “Ela intermediava a venda dos laudos falsos, cada um a 50 reais”, disse a delegada.
Alana Cardoso garantiu que Edson Roberto de Paula, acusado de ser o chefe do esquema, atualmente foragido e que mora no Sul do país, usava mais duas identidades falsas para facilitar a aplicação dos golpes junto ao Detran. Elenário Araújo Pinto e Valdir Ribeiro de Leme eram os nomes das identidades falsas utilizadas para abrir firmas, contas bancárias e aplicar os golpes.
“Ele colocou uma verdadeira frota de carros em nome dessas duas pessoas, que existem, mas nunca tiveram contas bancárias ou foram donas de firmas”, disse ainda a delegada , assegurando que uma dessas vitimas que tiveram seus nomes envolvidos mora em São Paulo, é pintor de parede e nunca teve empresa ou veículo em seu nome.