Cinco meses de salários atrasados e 41 funcionários da Associação Ipren-Re estão, neste momento, negociando com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para evitar greve em três pólos dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) que atendem mais de 3 mil índios de 9 etnias no Nortão de Mato Grosso. As cidades de Colíder, Peixoto de Azevedo e Juara são o palco dessa possível paralisação que ocorrerá, mais uma vez, por erro na prestação de contas.
O diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Mato Grosso (Sindsep-MT), Maurício Ratacasso, está conduzindo as negociações em nome dos servidores, enquanto a Funasa é representada por Sérgio Yorio e Laurentino Dias de Moura. Os 41 funcionários vão esperar até sexta-feira, antes de iniciarem a greve. Caso não haja solução, eles vão cruzar os braços e aguardar o pagamento de salários e benefícios atrasados, num valor próximo de R$ 250 mil.
Segundo Maurício, o problema consiste que a Associação Ipren-Re, responsável pela contratação desses servidores, não soube explicar gastos no valor de R$ 56 mil, o que acarretou na reprovação da prestação de contas, bloqueando o repasse dos recursos. A solução aguardada é que a associação comprove os gastos através de notas fiscais ou devolva a quantia para a conta da Funasa.
Os funcionários pretendem manter somente 30% do funcionamento nas Casas de Saúde Indígena (Casai), que são três, uma em cada município e só retomarão plena atividade após negociarem com a Funasa e com a Associação Ipren-Re. O Sindsep-MT informou que irá protocolar um requerimento de urgência junto à Pasta cobrando um posicionamento e o fim do atraso dos pagamentos e entrará com um medida judicial assim que a categoria requisitar.