O servidor do Tribunal de Justiça, Clodoaldo Souza Pimentel, acusado de participar de um esquema de compra de decisões judiciais para beneficiar traficantes presos em Mato Grosso, terá o salário descontado enquanto estiver preso, assim como ocorre com qualquer trabalhador que falta o serviço, sem ter justificativa. Ele foi detido, ontem, durante operação Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para desmantelar o esquema criminoso.
De acordo com informações da assessoria do Tribunal de Justiça, o órgão aguarda o recebimento dos autos, que serão encaminhados pela Vara Especializada contra o Crime Organizado, em Cuiabá, a fim de instaurar imediatamente uma sindicância para investigar as denúncias que pesam contra o servidor. Dependendo do teor das provas será aberto, sem a necessidade da sindicância, um processo administrativo.
O servidor é acusado de tentar negociar sentença no valor de R$ 1,5 milhão para libertar membros da família Pagliuca, que lidera no Estado uma organização criminosa que atua com tráfico de pasta base e cocaína. Juntamente com o servidor, também foram presos o ex-estagiário de Direito em escritórios de advocacia, Marcelo Santana, o advogado Almar Busnello e do proprietário de posto de combustível, Milton Rodrigues da Costa. O pecuarista Adalberto Pagliuca Filho, que seria beneficiado no esquema, está foragido.
Conforme Só Notícias já informou, o presidente do TJ, Orlando Perri, afirmou que se comprovada a culpabilidade do servidor a pena será a exoneração do cargo que ocupa, além de responder pelo processo criminalmente.