O coronel aviador do Sexto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA VI), Alexander Coelho Simão da Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou, hoje, em entrevista ao Só Notícias, que os destroços do avião agrícola Ipanema, prefixo PT-GRG, foram periciados, ontem, em uma fazenda no município de Cláudia (90 quilômetros de Sinop), onde caiu, na última quarta-feira. Ele explicou que foram feitos registros fotográficos do local e retirado o DGPS (Differential Global Positioning System) da aeronave que será analisado por uma empresa autorizada.
“Ainda não é possível nenhum apontamento do fator contribuinte do acidente neste momento. A investigação só está começando. Os trabalhos que fizemos foi de analisar os destroços da aeronave. Recolhemos o DGPS, que é um equipamento que grava alguns dados do voo. Agora, ele passará por degravação em uma empresa autorizada para poder verificar alguns dados antes do acidente. Neste equipamento são gravados a velocidade, altura e curvas que estavam sendo feitas durante a pulverização agrícola, por exemplo. Esse é o trabalho que será feito agora”, disse o coronel
Alexander Coelho explicou que as fotografias dos componentes destruídos do avião também vão ajudar apontar a dinâmica de como ocorreu o acidente. “Fazemos a análise da estrutura de como se deu a queda da aeronave. Também de como ocorreu o amassamento em determinados pontos para termos uma dinâmica do acidente. Tudo será encaminhado para Brasília juntos com os dados coletados do DGPS. Depois disso, será confeccionado um relatório dos fatores contribuintes para a queda”.
O coronel não apontou prazos para conclusão das investigações. “Nós não estabelecemos um prazo específico para conclusão das investigações porque temos que seguir as fases necessárias. Por exemplo, essa degravação do DGPS não depende apenas de nós (SERIPA). Depende da disponibilidade da empresa autorizada fazer, além de entre outros fatores adversos”.
Agora, a retirada dos destroços do avião da fazenda será de responsabilidade do proprietário. “Nós passamos uma documentação ao proprietário da aeronave e ele fica responsável pela retirada do local. Depois disso, dará destino final. Ele poderá vender para o ferro-velho. Aquelas peças não podem ser reutilizadas já que a estrutura está comprometida”.
A aeronave estava com manutenção e documentação em dia e venceria em 2025.
Conforme Só Notícias já informou, em primeira mão, morreu no acidente o piloto André Luiz Lückmann, 28 anos. Ele foi sepultado, ontem à tarde, em Sinop onde residia com a família. Lückmann estava trabalhando na pulverização em uma plantação de soja e a aeronave acabou caindo, às margens da reserva florestal.
O piloto ficou em estado gravíssimo com fraturas na cabeça, braços e pernas. Funcionários da fazenda foram rapidamente socorrê-lo e seguiram em direção ao hospital em Cláudia. Uma equipe médica foi chamada e de ambulância foi ao encontro deles e passou a prestar os primeiros socorros. Em seguida, devido à gravidade, estava sendo transferido ao Hospital Regional de Sinop, mas não resistiu.