A Superintendência de Biodiversidade da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) realiza o levantamento das áreas com cobertura vegetal nativa, tomando como base as já existentes e preservadas no Centro Político Administrativo.Inicialmente a Coordenadoria de Conservação e Restauração de Ecossistemas da Sema, que coordena os trabalhos, optou por fazer levantamentos nos fragmentos vegetais onde não há conflito fundiário. Desta forma as áreas escolhidas dentro do CPA para esta primeira etapa foram a Sema, Ibama e Inpe.
O trabalho é resultado de uma ação acordada por meio de Termo de Ajustamento de conduta (TAC) do Centro Político Administrativo celebrado entre o Governo do Estado de Mato Grosso e o Ministério Público Estadual.
A equipe é formada por cinco analistas e, pela relevância das atividades desenvolvidas, foi firmada parceria com Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e um grupo de alunos, sob orientação de professores, coopera nas propostas de estudos em campo e validação das metodologias dos trabalhos.
As áreas analisadas dentro do CPA apresentam várias situações distintas que foram caracterizadas conforme sua condição ambiental, dentro do grau de alteração ou degradação apresentada. Os fragmentos são inventariados e os dados brutos, sem tratamentos, servirão tanto para fundamentar o cumprimento do TAC como para geração de monografias e dissertações de estudantes que participam do trabalho.
A identificação das espécies foi realizada em campo e para cada espécie levantada existem pelo menos duas amostras, que estão armazenadas na Sema. O levantamento abrange: identificação, medição do diâmetro e altura, coleta de informações geográficas, coleta de material botânico e outras informações relevantes.
As pesquisas e estudos técnicos irão subsidiar atividades que envolvam conservação e preservação dos recursos ambientais e o estabelecimento de critérios de exploração e manejo dos mesmos, considerando, de forma especial, espécies raras e endêmicas, vulneráveis ou em perigo de extinção, objetivando sua perpetuação.
Os procedimentos técnicos que deverão orientar as propostas são diagnóstico ambiental, erradicação de espécies invasoras e recuperação ou restauração ambiental das áreas degradas ou alteradas.
O Coordenador de Conservação e Restauração de Ecossistemas da Sema, Marcos Ferreira, explica que a marcação das espécies, que é realizada com um tipo de placa, é importante para que possa se analisar o desenvolvimento ao longo dos anos. “Coletamos os dados iniciais e a ideia é coletar novamente estes dados daqui uns cinco anos para ver a dinâmica, quem continua vivo, quem cresceu, quem morreu”
Na Sema 100% da espécies estão sendo inventariadas, já no Ibama e no Inpe o trabalho é por amostragem, aponta Marcos. “Nos surpreendemos com algumas áreas, como por exemplo a do Ibama, que já está finalizada. Ali um elevado número de espécies foi detectado em três ambientes distintos, o fragmento está tão preservado que aproxima de uma floresta natural, uma vegetação natural como se não tivesse cidade em volta dele”.