Os secretários de Meio Ambiente (Sema), Marcos Machado e de Saúde, Augustinho Moro, lançam nesta quarta-feira, às 14h (no gabinete do secretário da Sema), a primeira Central de Tratamento de resíduos de Saúde do Estado de Mato Grosso, cujo objetivo é dar o tratamento adequado ao lixo produzido pelos hospitais e unidades de saúde instaladas na grande Cuiabá. A central que funcionará na cidade de Várzea Grande terá a função de tratar o lixo hospitalar nas suas mais diferentes etepas. Os principais cuidados, no entanto, são com a coleta, transporte, manuseio, armazenamento, tratamento e disposição final.
Por se tratar de um investimento inédito em Mato Grosso, o lançamento da Central de Tratamento de Resíduos de Saúde é apontado como um evento de grande importância para o meio ambiente e para a qualidade de vida da população mato-grossense. “Afinal são toneladas de resíduos, considerados perigosos, que deixarão de contaminar o solo e quem sabe, até mesmo a água subterrânea que abastece grande parte das residências na grande Cuiabá” diz o Coordenador de Residuos Sólidos da Sema, Eduardo Figueiredo, que trabalhou nos estudos técnicos para a implantação da Central.
O empreendimento será implantado na rodovia Mário Andreazza em Várzea Grande, através da empresa Máxima Ambiental, Serviços Gerais e Participações Ltda, que pertence a um grupo de empresários paulistas. A licença prévia para a implantação da Central de Tratamento de Resíduos de Saúde foi autorizado pela Sema na tarde de terça-feira (12/12).
O empreendimento consiste de uma Unidade de Tratamento com capacidade de 4 Toneladas/dia de resíduos, operando oito horas por dia. A área total é de vinte mil metros quadrados que foi cedida em concessão á empresa pela Secretaria de Estado de Administração (SAD), por 40 anos podendo ser prorrogado.
O coordenador de Resíduos Sólidos da Sema, explica que a tecnologia de tratamento a ser empregada será a “autoclavagem a vapor”, com posterior trituração dos resíduos, pretendendo promover benefícios imediatos na preservação da saúde pública e na qualidade ambiental, uma vez que o sistema esteriliza os resíduos sólidos de serviço de saúde destruindo todos os microorganismos patogênicos presentes na massa de resíduos, além de não promover emissões atmosféricas.
“Além desse setor operacional, a Central terá também local de tratamento prévio e armazenamento de efluente líquido do processo por autoclavagem e lavagem de contêineres; vestiários e instalações sanitárias; e, área de isolamento total para segurança de toda ordem, sinalização com placas de advertências e símbolos de risco biológico”, esclare Eduardo Figueiredo.
Já o secretário de Meio Ambiente, Marcos Machado, aponta a importância da parceria com a secretaria de Saúde. Segundo ele, para dar sustentabilidade a implantação de projetos como esse, a Sema, em conjunto com a Secretaria de Estado da Saúde, produziram recentemente Termo de Referência para elaboração e implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde (PGRSS), estudo a ser proposto pelos estabelecimentos de saúde, constando todos os procedimentos do gerenciamento desses resíduos na unidade de saúde, em todas as etapas: acondicionamento, coleta interna, coleta externa, transporte, tratamento e destinação final. A elaboração deste estudo é uma exigência da Política Estadual de Resíduos Sólidos, bem como, da Resolução CONAMA 358/05.
A Sema por meio da Coordenadoria de gestão de resíduos Sólidos e a secretaria de Saúde, através da Coordenadoria de Vigilância Ambiental, já estiveram reunidos recentemente com o Sindicato dos Estabelecimentos Hospitalares Privados apresentando o termo de referência para elaboração do PGRSS, assim como pretendem reunir futuramente com os representantes dos setores farmacêutico, Odontológico e Veterinário, para que as mesmas providências sejam adotadas no sentido de estarem gerenciando adequadamente os seus resíduos, principalmente a partir da implantação da Unidade de Tratamento de Resíduos de Saúde.
Segundo dados oficiais, a geração de resíduos sólidos no Brasil é de aproximadamente 150 mil toneladas/dia, com geração per capita de 1 kg/hab/dia, sendo deste total cerca de 1% a 3% de resíduos de serviços de saúde. O Estado de Mato Grosso gera em torno de 3 mil toneladas/dia de Resíduos Sólidos Urbanos, e seguindo a proporção a nível nacional, teríamos então a geração de 60 toneladas/dia de resíduos de serviços de saúde. Segundo o IBGE (2000), apenas 14% dos resíduos hospitalares são devidamente tratados no Brasil. A maior parte ainda segue para lixões e aterros, gerando diversas formas de contaminação e poluição.