O secretário adjunto de Qualidade Ambiental, Salatiel Araujo, informou hoje que Mato Grosso reduziu em 24% a área considerada como de possíveis desmatamentos do tipo corte raso no período de agosto de 2009 a maio de 2010, em comparação com agosto de 2008 a maio de 2009, segundo os últimos dados divulgados pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) – do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) -, no último domingo. Em relação aos últimos números divulgados pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), houve uma redução de 52,07 % da área considerada como de possíveis desmatamentos do tipo corte raso e do tipo degradação progressiva, no período de agosto de 2009 a abril de 2010 em comparação com agosto de 2008 a abril de 2009.
Salatiel Araujo analisou também o número de focos de calor e os números mostram que houve uma redução de 61,20 % dos focos de calor no período de agosto de 2009 a maio de 2010, em comparação com agosto de 2008 a maio de 2009, segundo as informações obtidas pelo satélite NOAA 15, o satélite de referência para focos de calor do INPE .
“Novamente Mato Grosso está com uma área de cobertura de nuvens muito menor do que o restante da Amazônia Legal, indicando que os números do DETER e do SAD refletem muito bem o comportamento do desmatamento no nosso Estado. Nos outros Estados os números só começam efetivamente a aparecer a partir de maio e junho, quando a cobertura de nuvens (nesses Estados) começa a diminuir”, avaliou o secretário adjunto ao apontar que essa situação pode estar sendo verificada no sudeste do Amazonas, que teve números expressivos no mês de maio.
Salatiel Araujo explicou que o período de agosto a julho é o que mais influencia o cálculo do desmatamento do tipo corte raso do PRODES, o sistema oficial, o termômetro do desmatamento no país.
“Portanto, levando-se em conta os números divulgados até agora temos a comemorar uma redução até maior do que o restante da Amazônia Legal que foi de 48 %, no caso do DETER”, disse ele.
De acordo com o secretário adjunto, o aumento no número de focos de calor, poderão inflacionar os dados de desmatamento de maio do DETER. “Os focos de calor poderão nesse caso estar relacionados a possíveis práticas de desmatamento ilegal. No caso do SAD aparentemente não houve influência uma vez que não houve muita variação para cima na percentagem de redução que está ao redor de 23 % em relação ao período anterior”. Salatiel Araujo disse que somente será possível determinar com certeza, a relação entre os focos de calor e o desmatamento, no começo de julho quando o Deter fará nova divulgação das detecções referentes a maio.
FISCALIZAÇÃO
Para reverter esse quadro, tanto em relação aos focos de calor como aos desmatamentos ilegais o Governo do Estado vem intensificando as ações de educação ambiental, monitoramento, fiscalização e responsabilização.
No inicio do mês, em razão da aproximação do período critico para queimadas no estado, o governo deflagrou uma grande operação nesse sentido. Nove equipes compostas por fiscais da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), técnicos da Defesa Civil, Bombeiros e policiais militares do Batalhão Ambiental, deixaram Cuiabá em direção ao interior do Estado. Na ocasião, o secretário de estado de Meio Ambiente, Alexander Torres Maia, disse que até o fim de setembro, a fiscalização será ininterrupta e atingirá todas as regiões de Mato Grosso.
Nessa operação as equipes estão concentradas na região Médio-Norte do Estado, onde estão localizados os municípios que mais vem apresentando focos de calor este ano, segundo dados obtidos pelos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
NÚMEROS DO IMAZON
Segundo os dados do SAD o desmatamento na Amazônia Legal diminuiu 39% em maio de 2010 na comparação com o mesmo período de 2009, quando a devastação atingiu 96 quilômetros quadrados (números do próprio Imazon). Em maio, os estados que mais desmataram foram o Amazonas (33%), Mato Grosso (26%) e Pará (17%).
Em abril, Mato Grosso registrou 59% de desmatamento, de acordo com o Imazon e 55% segundo o Inpe), seguido pelo Pará (23% para o Imazon e 25% para o Inpe), Rondônia (10% para o Imazon e 12% para o Inpe), Amazonas (6%), e Acre (2%).
Os números divulgados pelo Imazon relativos a abril e maio de 2009 e 2010 representam 56 quilômetros quadrados de floresta desmatada a menos em 2010 do que no ano anterior.