O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) pretende utilizar o mapa do risco de desmatamento, levantado pelo ICV – Instituto Centro de Vida -, para realizar uma Campanha de Notificação no Estado. O objetivo é fazer com que os proprietários rurais que ainda não licenciaram suas propriedades o façam.
A pesquisa realizada pela organização ambiental indica que Mato Grosso possui 76 áreas de floresta Amazônica, o equivalente a 10 milhões de hectares, ameaçadas pelo desmatamento a partir deste ano até agosto de 2009. Os resultados foram concluídos com base nos dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto Imazon, ONG parceira do ICV na pesquisa.
Depois de apresentados os números ao Governo do Estado foi realizado um seminário para a definição das estratégias da Campanha de Notificação prevista para ter início ainda este mês. De acordo com o secretário adjunto de Qualidade Ambiental da Sema, Salatiel Araújo, a programação está praticamente pronta e deve ser apresentada ao governo nos próximos dias.
Esse trabalho, segundo o secretário-adjunto será realizado em conjunto pelos Governos do Estado e Federal, por meio do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. O Ibama irá fiscalizar uma parte das áreas.“O mapa é um instrumento bastante preciso em relação aos métodos anteriores”, explicou Salatiel Araújo. Nesse sentido o mapa pode ser utilizado para que o governo programe ações de caráter preventivo e fiscalizatório.
O secretário disse ainda que grande parte do desmatamento que ocorreu no Estado foi ilegal e registrado principalmente em propriedades rurais não cadastradas no Sistema Integrado de Monitoramento e Licenciamento Ambiental (SIMLAM). “Também houve desmatamento ilegal, embora em menor escala, em Assentamentos de Reforma Agrária, em Terras Indígenas e em Unidades de Conservação”.
Os critérios utilizados pelo ICV para o levantamento das áreas de risco foram as análises dos índices recentes de desmatamento e também dos índices levantados há mais de quatro anos. Entre agosto de 2007 e julho de 2008, mais da metade do total de desmates ocorreu em áreas identificadas no mapa como sendo de risco alto e muito alto. No estudo, o ICV classificou as 76 áreas de acordo com o risco de desmatamento, em grau baixo, médio, alto e muito alto.
O Instituto Centro de Vida é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). Sediada em Cuiabá, atua nos três biomas presentes no Centro Oeste Brasileiro: Amazônia, Cerrado e Pantanal. Seu objetivo é desenvolver estudos e ações visando a conservação e a sustentabilidade ambiental, o fortalecimento da cidadania e a melhoria da qualidade de vida da sociedade.
Desde 2000, concentra a maior parte de suas iniciativas na Amazônia Meridional, em especial no norte de Mato Grosso e sul do Pará, na área de influência da BR 163 (Cuiabá – Santarém). O ICV atua através de cinco programas – Políticas Públicas e Gestão Ambiental, Conservação e Áreas Protegidas, Monitoramento e Planejamento da Paisagem, Sustentabilidade e Projetos Demonstrativos e, Comunicação e Educação Socioambiental -, em parceria com outras organizações, redes, instituições de governo e setor privado, e focando suas ações em níveis local, estadual e nacional