A demora o governo federal sobre a concretização do reajuste dos servidores está esgotando a paciência da categoria que ameaça uma greve nacional. O diretor do Departamento de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Nelson Freitas, confirmou, na sexta-feira, que a medida provisória (MP) com reajustes para mais de 800 mil servidores seria assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem, mas até hoje nada foi feito.
A mesma notícia foi dada à diretora da executiva da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Lúcia Reis, pelo secretário de Recursos Humanos, Duvanier Ferreira. Hoje, a MP estaria publicada no Diário Oficial da União. Na última semana a pressão em cima do Executivo foi intensificada com ações sindicais conjuntas com outras entidades que também aguardavam o envio desta MP ao Congresso Nacional. Com isso, os servidores teriam reajustes já nos contracheques recebidos em junho, referente ao pagamento de maio. Os reajustes são retroativos a 1º de março. A categoria continua vigilante até que os acordos firmados, finalmente, passem a valer.
Entre as categorias com propostas encaminhadas nesta MP estão servidores do Incra, HFA, Cultura, administrativos da Polícia Federal, servidores do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE), dos ministérios da Previdência, Saúde, e Trabalho, incluindo Funasa, que fazem parte da chamada Seguridade Social ou CPST (Carreira da Previdência, Saúde e Trabalho), professores, técnicos das escolas universitárias, entre outros.
Uma segunda MP ainda será enviada e trará reajustes para cerca de 300 mil servidores. A expectativa é de que antes do final do mês esta MP também esteja no Congresso. Aguardam o envio do segundo pacote de reajustes servidores do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes), administrativos do Ministério da Fazenda, Ciência e Tecnologia, entre outros. O Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Mato Grosso (Sindsep-MT) segue vigilante ao processo e recomenda que todos os servidores de sua base continuem unidos e mobilizados.
O Sindsep-MT acompanhas as negociações e cobra mais agilidade nas ações do Executivo. Enquanto isso, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo reconheceu que a demora no envio dos acordos negociados foi uma falha do governo.