O secretário interino de Estado de Educação, José Arlindo de Oliveira, mandou suspender por 60 dias as obras das escolas que estão sob investigação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) por supostas irregularidades nos procedimentos licitatórios e contratos administrativos. No total, 16 obras serão paralisadas, sendo que três ficam nos Assentamentos Dorothy Stang, 12 de Outubro e Zumbi dos Palmares, no município de Cláudia (90 quilômetros de Sinop).
Também foram suspensas obras em Cuiabá, Nobres, Várzea Grande, Barra do Bugres, Tapurah, Primavera do Leste, Rondonópolis e Santo Antônio do Leverger. As obras haviam sido orçadas em cerca de R$ 20,7 milhões, em modalidades como tomada de preço, concorrência pública e dispensa de procedimento licitatório. Do valor total, aproximadamente R$ 6,6 milhões seriam destinados para as obras em Cláudia. Uma das empresas investigadas tem sede em Sinop.
Consta na portaria, divulgada no Diário Oficial do Estado, que os contratos administrativos das licitações estavam em poder do Gaeco até o dia 13 de maio. No entanto, as investigações ainda não foram concluídas, justificativa utilizada pelo interino para suspender os procedimentos. Outro argumento é sobre a necessidade da criação de uma comissão da própria na Secretaria de Educação (Seduc) para averiguar o impacto e qualidade das obras investigadas.
Conforme Só Notícias já informou, segundo o MPE, a organização atuava em licitações e contratos administrativos de obras públicas de construção e reforma de escolas. As fraudes começaram em outubro de 2015 em licitações de 23 obras, em diversas cidades do Estado, totalizando R$ 56 milhões que seriam gastos pelo governo. O núcleo de operações dos empresários recebia informações privilegiadas e, então, organizava reuniões para prejudicar a livre concorrência das licitações, distribuindo as respectivas obras para 23 empresas.
As investigações resultaram na saída do então secretário de Educação, Permínio Pinto.