Os pilotos americanos Joseph Lepor e Jan Paladino, envolvidos no segundo maior acidente da história da aviação civil brasileira, em setembro de 2006, no Nortão, com 154 mortos, manusearam o transponder de forma errada. Se estivesse ligado, o sistema anti-colisão informaria que eles bateriam, há mais de 30 mil metros de altura, em um boeing da Gol, aponta o relatório final da Aeronáutica sobre o acidente, informa a Folha de São Paulo. O relatório foi feito com base nas análises das caixas pretas, dos radares em terra e deve ser encaminhado para a Justiça Federal em Sinop, onde o processo tramita.
A reportagem aponta que, “se estivesse operando normalmente, o equipamento teria evitado o acidente porque é ele que aciona o TCAS, sistema anti-colisão capaz de desviar o avião de qualquer alvo sólido que esteja à frente, mesmo à revelia dos pilotos. O relatório revela que o transponder do Legacy foi manuseado de forma errada pelos pilotos e entrou em “stand by” inadvertidamente”. O mecanismo TCAS seria a última chance de impedir o choque, depois de uma série de erros, desde displicência até falta de comunicação dos pilotos com controladores do Cindacta (Centro Integrado de Defesa Aérea e de Controle de Tráfego Aéreo) em Brasília e em São José dos Campos (SP), de onde o Legacy decolou para seu primeiro vôo.
O boeing caiu em uma floresta próximo a Peixoto de Azevedo, matando todos os ocupantes. Os americanos que estavam num jato Legacy escaparam por milagre porque só parte da asa traseira atingiu o avião da Gol e conseguiram pousar na Serra do Cachimbo (PA). A remoção dos corpos, conforme Só Notícias acompanhou a época, durou mais de 15 dias e uma grande operação da Aeronáutica, peritos, legistas e bombeiros.
Passados dois anos, os pilotos ainda não prestaram depoimentos e a Justiça Federal em Sinop já ouviu os controladores de vôo que estavam trabalhando quando houve o acidente.