O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, anunciou que o presidente Michel Temer decidiu, em reunião no Planalto, que vai mandar para o Congresso a reforma da Previdência antes da eleição. ‘O presidente Temer achou que, simbolicamente, por tudo que o Brasil atravessa neste momento e já que o governo não tem dúvida da necessidade de implementar, que nós mandemos antes de o processo de eleição findar’, declarou Geddel, em entrevista, sem dizer a data exata do envio.
Segundo Geddel, ‘não há divergência’ entre o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, em relação ao teor do projeto da Previdência. ‘Eu já conversei com os dois hoje. É mais uma questão de estratégia parlamentar e não de mérito’, justificou, acrescentando que o governo vai ainda amarrar a melhor data para o envio, mas ‘já está definido pelo presidente que será agora em setembro’. Lembrado que o DEM e partidos da base se queixam que isso pode atrapalhar os candidatos nas eleições municipais, Geddel respondeu: ‘Isso não é argumento. O argumento que vai valer é que o governo, que a base defende, tem a responsabilidade de apresentar a reforma necessária para botar o Brasil nos trilhos’ E emendou: ‘A decisão de encaminhar a reforma da Previdência é irreversível.
O governo acha que não tem condição de a Previdência manter-se do jeito que está e o nosso objetivo é criar condições de que aqueles que dependem da Previdência possam ter a certeza de que receberão seus benefícios e não viverão com a Previdência quebrada’.
O ministro confirmou que a idade mínima de aposentadoria será de 65 anos mas que terá uma regra de transição, que ainda está sendo discutida com o presidente Temer. ‘ “Estamos em fase final de discussão para o presidente bater o martelo”, afirmou ministro, lembrando que o governo está discutindo amplamente o tema com a sociedade e vai prosseguir fazendo isso. Da mesma forma, o presidente Temer também vai fazer reuniões com bancadas para tratar do mérito da proposta.
O Palácio Planalto rejeitou a ideia que esteja cedendo à pressão do PSDB e argumenta que Temer já tinha dito que pretendia encaminhar a proposta antes das eleições.