A Superintendência de Defesa do Consumidor em Mato Grosso (Procon-MT) registrou alta de 3,3% no número de reclamações no primeiro bimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2008. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2009 foram computadas 2,214 mil queixas dos consumidores contra 2,142 mil em igual intervalo do ano anterior. O aumento é decorrente de maior conscientização das pessoas acerca dos seus direitos. Todas as elevações na quantidade de reclamações que o Procon vem registrando são interpretadas como positivas já que refletem o fato de os consumidores estarem mais atentos e cobrando dos fornecedores os reparos nos defeitos de determinados produtos.
No ranking de reclamações dos dois primeiros meses deste ano os Serviços Essenciais (água, energia, telefonia fixa e móvel) lideram com 700 registros, o que representa 31,6% do total geral. Na comparação com o ano passado, quando somaram 706, houve retração de 0,84%. Quem também teve redução no volume de reclamações foi o setor de Produtos, que baixou de 701 para 616, o que equivale a um recuo de 12% de um ano para outro.
No balanço divulgado pelo órgão o setor que apresentou crescimento nas reclamações foi o de Assuntos Financeiros, que pulou de 468 para 663 representando um incremento de 41,6% de um ano para outro. “Estas reclamações estão diretamente ligadas às cobranças indevidas por parte dos bancos e administradoras de cartões de crédito. As pessoas estão mais atentas principalmente ao direito de ter a restituição em dobro do valor cobrado indevidamente, conforme estabelece o Código de Defesa do Consumidor (CDC)”, diz a superintendente do Procon-MT, Gisela Simona Viana de Souza.
Ela acrescenta que em períodos anteriores as pessoas reclamavam com as empresas e não tinham o reparo do transtorno como os consumidores têm direito. Agora, conforme Gisela, antes de tentar negociar com os fornecedores os consumidores vão direto aos órgãos de defesa do consumidor e isso explica o número ascendente de reclamações. Já para as reclamações do setor de Serviços Essenciais, ela diz que este ano pesou bastante na quantia de queixas a portabilidade numérica, que dá direito à pessoa mudar de operadora e plano sem perder o número. “O que também tem sido registrado com frequência é a falta de autonomia de alguns atendentes de call center para resolver determinado problema do consumidor”.