Dois homens foram presos depois de se envolverem em um acidente de trânsito com vítima fatal e o condutor tentar fugir da responsabilidade colocando o amigo para assumir que estava na direção. Alegação seria de que ele não seria habilitado e que o "acidente não daria em nada". A vítima foi o estudante Marlan Bispo dos Santos Júnior, 23, que morreu logo depois de ter a moto que pilotava atingida pelo veículo Celta, conduzido pelo funileiro Reginaldo de Oliveira, 34. No automóvel, além do filho dele de 10 anos estava o motorista profissional Edson Miguel Dutra Ramos, 35, a mulher dele e duas crianças do casal, um bebê e um menino de 6 anos. Edson, que inicialmente assumiu a culpa, se submeteu ao bafômetro que constatou a embriaguez.
O acidente aconteceu na avenida Brasil, no bairro CPA 2, na Capital. O Celta fez a conversão à esquerda, para a rua Tangará, invadindo a pista onde seguia o motociclista que teve a moto atingida pelo veículo. Tanto o piloto quanto a carona, Kathallen Natasha, 19, foram arremessados para longe. Ela sobreviveu. Marlan foi levado ao Pronto-Socorro onde chegou morto. O acidente aconteceu por volta das 21h50 de sexta-feira.
Segundo policiais militares e civis que atenderam a ocorrência, tanto Edson quanto Reginaldo ficaram no local, apesar da revolta de populares que teriam presenciado o acidente. Mas lá Edson já havia assumido que estava no volante e isentou o amigo da culpa. Somente quando percebeu que seria levado para a delegacia e autuado pelo homicídio culposo no trânsito é que recuou e em depoimento disse que quem dirigia era Reginaldo, que não possui Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Disse que só assumiu o volante porque o amigo o teria tranquilizado, dizendo que o acidente não daria em nada.
A mulher de Edson, Maria Sirley Rocha, 32, arrolada como testemunha, também confirmou que não era o marido quem dirigia. Disse ainda que os 3 haviam realmente ingerido álcool pouco antes do acidente, quando deixaram uma oficina mecânica do bairro e seguiam para casa.
Em depoimento, Reginaldo disse que realmente fez a conversão e entrou na via sem perceber que havia uma motocicleta vindo em sua direção. Mas alegou que foi o amigo Edson que se ofereceu para assumir a culpa pelo acidente de trânsito e que isso não resultaria em problemas para nenhum dos 2. Afirmou que só não fez o teste do bafômetro porque estava assustado. O delegado Jefferson Dias Chaves autuou a dupla por homicídio culposo, falsidade ideológica, embriaguez ao volante e por tentar fugir a responsabilidade penal. Ambos seguiram neste sábado (25) para unidade prisional.