PUBLICIDADE

Queda de ponte pode deixar cidade no Nortão ainda hoje sem energia

PUBLICIDADE

Até a meia-noite de hoje (4), a situação de racionamento de energia elétrica pode se agravar em Colniza (1.065 quilômetros de Cuiabá, ao Norte) e o município ser o primeiro a sofrer black out em Mato Grosso no atual período de chuvas.

Colniza figura entre as 19 cidades das regiões Norte e Noroeste que estão recebendo atenção especial da Superintendência da Defesa Civil do Estado.

O superintendente do órgão, engenheiro Domingos Iglesias Valério informou que a equipe técnica que estava com viagem marcada para Peixoto de Azevedo (692km) – outro que atravessa crise idêntica provocada pelo desastre natural – partiu na manhã de hoje (04) para o local. O pedido para esse atendimento partiu do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Silval Barbosa (PMDB).

No final da tarde, a Defesa Civil vai divulgar o próximo boletim periódico –expedido sempre às segundas-feiras – com uma visão geral sobre os principais problemas provocados por desastres naturais no Estado.

Segundo o secretário de Obras de Colniza, Orides Martins, a Estrada do Guariba (MT-206) está interditada por causa de atoleiros e princípios de erosões provocados pelas chuvas. A MT-170, ligando o município a Aripuanã e Juína, também sofre com os mesmos problemas. “Está difícil para se trabalhar aqui. São estradas de terra”, observou Martins.

De máquinas com condições de serem utilizadas nesses casos, a prefeitura local só tem uma caçamba e uma pá carregadeira. O racionamento de energia elétrica começou neste final de semana, por conta da falta de óleo diesel. O estoque do produto na cidade, na 6ª feira (01), era de 20 mil litros e pertencia aos dois postos de combustíveis locais.

“Tem seis caminhões trazendo óleo para Colniza, mas o tráfego está interrompido no trecho até aqui. Se perdurar essa situação o município entra em black out até meia noite de hoje”, alertou o secretário. Todas as estradas que atendem a região têm atoleiros e pontes caídas. Já foi registrado um caso de afogamento com vítima fatal por queda de ponte.

O deputado Pedro Satélite está acompanhando o processo deflagrado pelo prefeito de Carlinda (724km), Orodovaldo Antonio de Miranda (PV), que já decretou “Estado de Emergência” no município, e pediu a presença da Defesa Civil na região.

“A densidade pluviométrica foi muito elevada e atingiu praticamente todo o Norte do Estado, causando prejuízos aos produtores rurais, às madeireiras e ao comércio em geral, notadamente os postos de combustíveis. A situação das comunidades é ainda mais dramática e as prefeituras estão encontrando muitas dificuldades”, alertou o parlamentar.

Colíder

O secretário de Infra-estrutura de Colíder (648km), Noburu Tomiyoshi, comparou o impacto das enxurradas provocadas pelas chuvas caídas no Nortão ao de explosões semelhantes às ocorridas no Iraque. “Elas (as chuvas) foram muito pesadas. Temos mais de 1.800km de estradas vicinais e a maioria de terra. Em vários locais – principalmente no interior, essas estradas receberam ‘bombardeios’ de água, iguais aos ocorridos no Iraque”, disse Tomiyoshi.

O secretário alertou que a atual administração também herdou muitas estradas, bueiros e pontes sem manutenção. A queda de pontes acontece pela força das águas. “Ela corre por cima das estradas, por cinco ou seis quilômetros, e chega nas pontes com muita força, derrubando-as”.

Os dois problemas maiores – a falta de manutenção e a baixa qualidade desses trabalhos –, quando ocorriam, sempre eram problemas no município e se agravaram em 80% com os estragos atuais decorrentes das últimas chuvas, que trouxeram altos índices pluviométricos.

Tomiyoshi frisou que, como decorrência direta desses desastres naturais, o transporte escolar ficou prejudicado.

“Hoje, temos 15 a 20 pontos comprometidos, nas estradas. Tudo, aqui, é prioritário e estamos atendendo o emergencial. Também herdamos maquinário sucateado, que interfere negativamente em nosso trabalho”, concluiu o secretário de Infra-estrutura.

Cotriguaçu

Cotriguaçu (920km) foi outro município que sofreu com um aumento muito grande das chuvas. Por telefone, a assessoria do prefeito Damião Carlos de Lima (PPS) classificou de “caótica” a situação das estradas estaduais e vicinais que servem a região. Um dos principais exemplos apresentados foi a rodovia MT-170, que liga Cotriguaçu a Juína (737km)-Brasnorte (580km)-Matupá (696km).

“A melhora das chuvas, no fim de semana, possibilitou a volta do das ações da prefeitura, mas em situação precária. A energia retornou à normalidade, mas há expectativas sombrias quanto à possível estabilização desse quadro e não há prazo para isso ocorrer. A previsão é de continuidade das chuvas”, foi o cenário desenhado pela assessoria.

Por conta disso, o atendimento do transporte escolar está comprometido em grandes distâncias, na região. Os assentamentos localizados na MT-170 são exemplo disso: eles estão a 60 quilômetros da sede da cidade (Boa Esperança – o mais próximo; 75km (Ouro Verde) e 100km (Nova União, que atende alunos de até 2º Grau).

Juara

A 690 quilômetros de Cuiabá, na mesorregião de Arinos, o prefeito de Juara, Oscar Martins Bezerra (PSB), enfrenta os mesmos problemas. “Devemos ter, hoje, cerca de 20 pontes que caíram. As águas fortes, em forma de torrentes, as levaram. Já recuperamos várias delas, mas em alguns trechos os trabalhos são realizados em caráter emergencial”, desabafou Bezerra em tom de lamento.

Ele disse que as chuvas também prejudicaram o acesso à aldeia indígena situada a 40km da sede do município e o acesso a Nova Maringá (392km) – feito pela estrada estadual MT-160 – foi interrompido pela erosão.

“Essa situação perdura por causa da deficiência de máquinas. Estamos com várias pontes amarradas com cabos de aço, em situação de emergência. A Defesa Civil já constatou o estado geral do município”, concluiu Bezerra.

As atenções de equipes técnicas da Defesa Civil estão voltadas para 19 cidades do Norte e Noroeste mato-grossenses: Água Boa, Colíder, Colniza, Cotriguaçu, Juara, Juína, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde, Novo Horizonte do Norte, Paranatinga, Tabaporã, Terra Nova do Norte, Novo Mundo, Guarantã do Norte, Matupá, São José do Rio Claro, Peixoto de Azevedo, Carlinda e Castanheira.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

PUBLICIDADE