A Justiça Federal de Sinop já citou os pilotos americanos Joseph Lepore e Jan Paladino, após parecer favorável do Ministério da Justiça, e quatro controladores de vôo para deporem, nos dias 27 e 28 de agosto, respectivamente, sobre o acidente com o boeing da Gol, em setembro passado, no Nortão do Mato Grosso. O juiz Murilo Mendes aguarda o posicionamento das partes para dar continuidade ao processo.
A ação atende aos requisitos do Acordo de Assistência Judiciária em Matéria Penal, firmado entre o Brasil e os EUA, para que americanos sejam interrogados em território brasileiro. Existe a possibilidade de Joseph e Jan, que pilotavam o jato Legacy, que se envolveu na colisão com o boeing, não comparecerem. A defesa dos dois já teria declarado, para a imprensa americana, que eles dificilmente retornarão ao Brasil para serem ouvidos, alegando que o tratado brasileiro com os EUA não permite a extradição de cidadãos brasileiros ou americanos com base nessas acusações. Caso não comparecerem às audiências, pode ser decretada a revelia no processo e podem ser julgados mesmo sem prestarem depoimento.
Os pilotos são acusados de homicídio culposo, quando não há intenção. O Ministério Público Federal apontou que Joseph e Jan pilotavam o jato Legacy na altitude errada e com o transponder desligado no momento da colisão com o boeing. Eles conseguiram pousar na base aérea de Cachimbo e os seis tripulantes saíram ilesos. Já os 154 ocupantes do boeing morreram.
Os controladores Jomarcelo Fernandes dos Santos, Lucivando Tibúrcio de Alencar, Leandro José Santos de Barros e Felipe Santos dos Reis, que trabalhavam no dia, também foram considerados responsáveis pelo acidente, o segundo maior da história da aviação brasileira. O maior ocorreu na última terça-feira, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.