Três adolescentes e o jovem Adriaza dos Santos Alves, 18 anos, foram indiciados por crime de homicídio praticado contra Wellington Silva dos Anjos, 17 anos, há 12 dias no setor de triagem do Centro Socioeducativo da Capital, no complexo Pomeri. O inquérito foi concluído pela delegada Silvia Paluzzi com a afirmação de 2 dos adolescente que foi Adriaza quem iniciou o crime e determinou que os demais participassem do assassinato.
Inicialmente os adolescentes haviam inocentado Adriaza por pressão. A vítima foi morta com aproximadamente 130 golpes de "chuço" (arma artesanal) feito com material da própria estrutura da unidade de internação. Dias após o crime, V.B.T., 16, e G.M.D.J., 15, voltaram atrás da primeira versão dada na Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Primeiro eles assumiram a responsabilidade pelo crime, depois afirmara que Adriaza segurou por trás Wellington, derrubando-o no chão do quarto na noite do dia 2 de outubro e começou a atingi-lo com os golpes de chuço. Em seguida, ordenou que os demais também ajudassem. Dois chuços foram utilizados e neste momento os 2 adolescentes afirmaram terem sido obrigados a ajudar na prática do crime.
P.B.S., 16, também estava no quarto e continua negando participação, assim como os outros 2 adolescentes, inocentando ele da ação. A versão orientada ocorreu porque Adriaza era considerado o líder. A mudança no depoimento surgiu após o jovem ter sido transferido para a Penitenciária Central do Estado (PCE). Os demais continuam internados no Centro Socioeducativo. O assassinato de Wellington ocorreu por vingança à morte de Maxsuell Elias da Silva Almeida, 17, no dia 6 de setembro na ala 5 da unidade. A vítima era "considerada" dos adolescentes e Wellington era visto como incentivador ou cooptador do assassinato. Informação disseminada dentro do Centro Socioeducativo após os 2 assassinatos, em um período de 27 dias, é que faltavam mais 6 da ala 5 para serem executados.
No dia seguinte à morte de Wellington a Justiça autorizou a transferência de 7 adolescentes para Rondonópolis e Cáceres, a pedido da superintendência da unidade. A delegada Silvia tem informação de que o assassinato teria sido encomendado à Adriaza. Na semana da execução uma bolsa com celular e droga, como cocaína e pasta base, foi jogada para dentro da unidade e o suspeito teria buscado saber do destino do material. Já havia suspeita entre orientadores de que Adriaza utilizava um aparelho celular na unidade, que foi encontrado em um quarto próximo ao dele após a transferência para a PCE. Porém, sem o chip.
Silva avalia que Adriaza tinha poder na unidade e o crime foi planejado por ele. Apesar disso, indiciou todos os suspeitos por homicídio devido à participação. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) ratifica que cerca de 130 chuçadas perfuraram o corpo de Wellington, morto por hemorragia.