Em meio as especulações em torno de nomes e de quem vai encarar a dura disputa ao governo do Estado vários partidos continuam com a filosofia de colocar vários nomes na tentativa de despistar o que será definido para a disputa. Um exemplo é o PSDB que ora lança Rogério Salles, depois fala em Dante de Oliveira, passa por Antero Paes de Barros e esbarra na economista Adriana Vandoni.
Mas os olhares políticos estarão todos voltados para o que acontecerá nesta sexta-feira. É que os grandes partidos de Mato Grosso deixaram para o último dia de prazo estipulado pelo Tribunal Superior Eleitoral para a realização de suas convenções. E a sexta-feira promete ser gorda, cheia de surpresas e de cenas inusitadas para a política mato-grossense.
O dia vai começar com a convenção do PSDB, no Centro de Eventos do Dom Aquino Correa. A decisão começa às 7 horas e os tucanos de primeira plumagem prometem definir a chapa pura até às 11 horas. Eles vão esperar que outros partidos possam aderir ao tucanato. Durante toda esta quarta-feira as reuniões foram intensas no partido. Nada está definido em que pese o desejo de Dante de Oliveira em sair candidato a uma vaga na Assembléia Legislativa e Antero Paes de Barros ao Congresso Nacional, abandonando o projeto de reeleição ao Senado. “Vamos decidir tudo na convenção”, um tucano com muita influência.
Os outros partidos também estarão em plena atividade na sexta-feira. O PMDB confirmou sua convenção para às 14 horas na Fiemtec. Só não confirmou que vai apoiar a decisão da Executiva Nacional indo de encontro ao PT ou se vai apoiar a reeleição de Blairo Maggi, ganhando, com isso, o direito de indicar o candidato a vice.
O PPS do governador Blairo Maggi que tentar a sua reeleição fará a convenção a partir das 17 horas no Centro de Eventos do Pantanal. Estará acompanhado do PFL, PTB e PP, os grandes partidos que o apoioam
Os partidos nanicos PSB, PTN, PHS, PRTB, PAN, PTC, PV, PMN e PRP vão decidir os seus destinos também na sexta-feira. Até agora, apenas PSC, PMN e o PCdoB realizaram sua convenções, deixando em aberto para composições.
O PT já homologou o nome da senadora Serys Marli como candidata ao governo do Estado e tenta atrair as vagas de vice e ao Senado com o PMDB e PL.
Diante deste quadro de incerteza que, ao contrário de anos anteriores, cerca a eleição deste ano, políticos de envergadura e analistas políticos avaliam que esta será uma eleição diferente. Todos concordam num ponto: o governador Blairo Maggi poderá ser surpreendido e até derrotado em um eventual segundo turno.
A análise é feita a partir das fissuras que se vem dentro do partido do governador, o PPS. Um dos principais problemas é com relação a definição do vice-governador. Blairo quer seu fiel escudeiro Luiz Antônio Pagot para a função. Mas nem todos no partido aceitam a imposição governamental. Muitos entendem que Pagot não é o homem ideal para o cargo e que tem característica política e capacidade de aglutinar partidos. Preferem um político de carreira. “Seria mais ou menos como a realização de um “truste”. O governador quer impor o poderio de sua empresa na administração do Estado. Isso não pode acontecer disse um integrante do PPS contrário a Pagot.
Analistas afirmam que a insistência de Blairo poderá provocar uma implosão no PPS e na aliança. Por isso, a convenção de sexta-feira é aguardada com muita expectativa. Um nome de consenso poderá surgir.
Estes mesmos analistas acham que ao invés de Maggi tentar impor o nome de Pagot deveria estar trabalhando com a possibilidade de chamar para a sua campanha o PSDB, que ao que tudo indica deverá lançar Adriana Vandoni apenas para fazer palanque para Dante e Antero. Acreditam que com o PSDB Blairo consolidaria sua força política e venceria o pleito no primeiro turno.
Sem esta aliança a previsão é que o PT, tendo o apoio do PMDB estará forte em torno do nome da senadora Serys Marli, forçando a realização de um segundo turno que seria fatal para Maggi que enfrentaria como mote de campanha o fato do governador ser ligado aos agropecuaristas e ter feito muito pouco na área social e, principalmente na área educacional do Estado.
“Muitas pessoas acreditam que irão ganhar a eleição facilmente por isto não se preocupam o que vem acontecendo, dizendo que caso Maggi não atenda os seus pedidos, Pagot quando assumir o governo irá resolver”. Pode ser uma faca de dois gumes”, disse um analista lembrando que Maggi hoje tem que agir com muita diplomacia porque hoje começa a definir o futuro do estado, e os políticos tem que se preocupar com a população mato-grossense e deixar um pouco de lado seus projetos pessoais.