O PSB formalizou nesta terça-feira a decisão de não se coligar formalmente com o PT para a disputa pela Presidência da República.
O vice-presidente da legenda, Roberto Amaral, comunicou a decisão ao ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) e ao presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP).
Uma carta será entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva com as explicações para a decisão da legenda e com a declaração de apoio ao governo e à candidatura à reeleição.
“Nós reafirmamos apoio ao governo Lula, à candidatura do presidente, dissemos que achamos excelente a indicação do vice-presidente José Alencar para a chapa, mas em função da violência que foi a cláusula de desempenho e a verticalização, ficamos impedidos de formalizar o apoio”, afirmou Amaral.
A cláusula de desempenho –ou cláusula de barreira– obriga os partidos, para continuarem ativos, a conquistarem 5% dos votos nacionalmente, sendo que 2% deles em nove Estados. A verticalização, por sua vez, determina que as alianças nacionais devem ser respeitadas na formação de alianças regionais.
Sem o apoio do PSB, o presidente Lula perderá 1 minuto e 48 segundos de tempo de TV, tempo que a legenda dispunha no horário eleitoral. Esse período será agora distribuído entre as legendas.
Para aumentar sua exposição no horário gratuito, Lula precisa agora se coligar com o PC do B. Dessa forma, chegaria a 6 minutos e 34 segundos. Mesmo assim, teria menos que os 9 minutos e 2 segundos que a aliança PFL e PSDB garantiu ao candidato Geraldo Alckmin (PSDB).
Roberto Amaral, que foi ministro da Ciência e Tecnologia no governo atual, se comprometeu a enviar à coordenação de campanha de Lula uma “proposta de programa mínimo de governo”. Os candidatos do PSB nos Estados, por sua vez, receberão a recomendação de apoiarem a reeleição de Lula em seus programas.