Um dos representantes do Movimento dos Transportadores de Grãos (MTG), Gilson Baitaca, informou, em entrevista ao Só Notícias, que o manifesto dos caminhoneiros pode ocorrer por tempo indeterminado. Ele explicou que o grupo não está protestando contra o governo e sim contra as tradings ao buscar valores mais justos para o frete este ano.
Segundo ele, o manifesto deve durar até que as empresas chamem os caminhoneiros para uma negociação. Ele afirmou que o movimento irá durar o dia todo e não terá intervalo. O manifesto também deve continuar nos próximos dias até uma resposta das empresas.
Baitaca confirmou que todos os motoristas de carretas e caminhões graneleiros (que transportam soja e milho, por exemplo) são abordados e informados sobre o protesto e convocados para aderir ao movimento. Os veículos estão estacionados às margens da BR-364, na região de Rondonópolis, na saída para Cuiabá, e também nos pátios dos postos de combustíveis da região.
Segundo o representante, não há trancamento da rodovia federal. Somente os veículos de cargas de grãos são abordados. Carros, caminhonetes, ônibus e demais veículos trafegam normalmente. Mesmo assim, o tráfego é lento na região do protesto.
Conforme Só Notícias já informou, em dezembro do ano passado, foi aprovado na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados o projeto (PL 528/15) que define uma política de preços mínimos para o setor de transporte de cargas. Agora, a proposta passará pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa e, se aprovada, seguirá direto para o Senado.
O projeto determina que, nos meses de janeiro e julho, o Ministério dos Transportes regulamente os valores mínimos referentes ao quilômetro rodado na realização de fretes por eixo carregado. Até que isso ocorra, o texto prevê como mínimo R$ 0,90 por quilômetro rodado para cada eixo carregado, no caso de cargas refrigeradas ou perigosas; e de R$ 0,70, nos demais tipos de cargas. Para fretes considerados curtos (em distâncias inferiores a 800 quilômetros), esses valores são acrescidos em 15%.
Desde 2015, os caminhoneiros realizam protestos em vários estados cobrando esta tabela. Em Mato Grosso, os caminhoneiros fecharam vários pontos da BR-163 e chegou a faltar combustível e gás de cozinha em várias cidades mato-grossenses.