O protesto de agricultores iniciado no Nortão de Mato Grosso, com bloqueio de rodovias e em armazéns para evitar a saída de grãos, além de fechamento de bancos, também está sendo feito no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Rondônia.
No Rio Grande do Sul, os agricultores bloquearam o trânsito na BR-153, em Erechim, e na RS-342, entre os municípios de Três de Maio e Independência.
No Mato Grosso do Sul, o primeiro passo nos protestos foi dado ontem, por São Gabriel do Oeste, onde 10 armazéns com cerca de 200 mil toneladas estão fechados. Maracaju deve iniciar o bloqueio semana que vem.
As manifestações em Mato Grosso já atingem 14 municípios e devem continuar hoje – quinto dia dos intensos protestos. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues recebeu ontem o senador Antero Paes de Barros e ouviu relatos da situação desesperadora dos produtores. Um assessor do Ministério da Agricultura estará hoje, em Lucas do Rio Verde, ouvindo as reivindicações dos agricultores que querem mudanças para que o dólar não continua derrubando o preço da soja, que hoje é insuficiente para bancar os custos de produção. Ontem, o dólar fechou a R$ 2,10, no menor patamar dos últimos 5 anos, derrubando ainda mais a cotação da saca da soja. Últimos levantamentos apontam que a soja produzida no médio-norte de Mato Grosso a R$ 22,15, está sendo entregue no porto Paranaguá a R$ 15,00 a saca de 60 quilos.
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Em Lucas do Rio Verde, os bloqueios parciais restringindo apenas o tráfego de carretas e caminhões carregados com soja e insumos vão continuar. Ontem, conforme Só Notícias informou, um delegado e policiais federais estiveram no local da manifestação conversando com centenas de produtores. Eles tentaram convencê-los a retirar as máquinas das margens da rodovia, mas os produtores não arredaram pé e mantém o protesto. Os prefeitos de Lucas, Marino Franz, de Sorriso, Dilceu Rossato e de Nova Mutum, Adriano Pivetta, estiveram no local do bloqueio manifestando apoio aos produtores.
Em Sorriso e Sinop os bloqueios parciais continuam. Ontem, em Sinop, foi incendiada uma colheitadeira no local onde os agricultores estão concentrados (Alto da Glória). É a quarta colheitadeira incendiada ( as demais foram em Lucas, Sorriso e Tapurah), além de um trator. Todos são maquinários usados e o ato representa o desespero de muitos produtores com o endividamento e a demora do governo em fazer mudanças na política econômica.
Hoje, em Sinop, a prefeitura organizou um grande ato público, com adesão do comércio, indústria, entidades de classe, clubes de serviços, dentre outros, para fortalecer o movimento. O encontro foi organizado em reunião de lideranças com o prefeito Nilson Leitão que, juntamente com prefeitos da região, enviarão carta ao juiz Julier da Silva pedindo que reconsidere a concessão de liminar sobre os manifestos e que seja consentida a manifestação de impedir a passagem de caminhões levando produtos que os próprios agricultores depositaram em armazéns.