A promotoria de Justiça de Canarana ofereceu denúncia, esta tarde, contra a indígena Kutsamin Kamayura por tentativa de homicídio duplamente qualificado. Ela é bisavó da bebê indígena Analu Paluni Kamayura Trumai, enterrada viva por quase seis horas. De acordo com o Ministério Público, ao enterrar a recém-nascida ela tentou matá-la asfixiada e com impossibilidade de defesa.
As investigações apontaram que o crime ocorreu no último dia 5, na residência da acusada, em Nova Canarana, logo após auxiliar no parto da neta Maialla Paluni Kamayura Trumai, de 15 anos. Depois de cortar o cordão umbilical, a bisavó enrolou a criancinha em um pano e a enterrou no quintal, numa cova de aproximadamente 50 cm.
De acordo com o promotor de Justiça, Carlos Rubens de Freitas Oliveira Filho, a família não aceitava a gravidez de Maialla pelo fato dela ser mãe solteira. Testemunhas relataram ao Ministério Público que a conduta criminosa foi premeditada e orquestrada semanas antes ao nascimento da criança. A cova foi aberta pela manhã, no dia do parto.
“Após o nascimento de Analu, no período da tarde, colocaram em prática o plano criminoso. Ninguém da família pediu qualquer tipo de auxílio ou ajuda à Casa de Saúde Indígena, apesar de Maialla, após o parto, apresentar hemorragia e precisar ser atendida”, traz trecho da denúncia. A informação é da assessoria do MP.
Conforme Só Notícias já informou, a recém-nascida foi resgatada por policiais militares e civis após uma denúncia anônima. Analu Paluni foi transferida para a Santa Casa de Misericórdia em Cuiabá, onde permanece internada na UTI.
A bisavó continua presa preventivamente na Funai em Gaúcha do Norte.