A necessidade de um desenvolvimento menos impactante em termos ambientais, sociais e econômicos, vem ganhando cada vez mais discussões no Brasil e no mundo. Iniciativas locais e regionais em Mato Grosso apontam que existem experiências bem sucedidas em diversos grupos locais. No entanto, o abismo entre as propostas mais sustentáveis e o modelo de desenvolvimento vigente ainda é muito profundo e mudanças em muitos setores não estão ocorrendo como necessário.
Com a proposta de debater estes problemas e apontar alternativas, o Fórum Matogrossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento – Formad – realiza amanhã, em Alta Floresta, o seminário “Os desafios do Mato Grosso Sustentável e Democrático”, e mostrará diversas iniciativas que vem sendo realizadas pela sociedade civil organizada, governo federal e governos locais.
Jean-Pierre Leroy, assessor da FASE e coordenador do Programa Brasil Sustentável e Democrático – BSD, é um dos palestrantes. Ele falará sobre os desafios da sustentabilidade socioambiental em nível nacional. Leroy esteve em 2004 Mato Grosso enquanto relator da ‘Plataforma Brasileira dos Direitos Humanos Econômicos, Sociais e Culturais – DhESC’. Em mais de 3 mil quilômetros percorridos encontrou um alto índice de degradação ambiental e violação dos direitos humanos.
Para falar sobre a realidade estadual, Laudemir Zart, professor da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), em Cáceres, será um dos palestrantes. Já atuou no campus de Sinop e atualmente coordena o programa de Educação e Socioeconomia Solidária da universidade. Ele é um dos idealizadores do projeto ‘Mato Grosso Sustentável e Democrático’, realizado pelo Formad em parceria com a Unemat e outras 21 entidades. Na parte da manhã haverá a apresentação de Laurent Micol, coordenador adjunto do Instituto Centro de Vida – ICV e Marília Carnhelutti, do Instituto Floresta.
Na parte da tarde, serão apresentadas diversas iniciativas que visam a promoção da melhoria de qualidade de vida e fortalecimento da sociedade, como o projeto de ‘Fortalecimento da Participação Social no Plano da BR-163’ e o ‘Governança Florestal na Região das Cabeceiras do Xingu’. Também serão apresentadas as experiências da implantação da Agenda 21 nos municípios de Alta Floresta e Marcelândia. Ainda na parte da tarde, haverá a experiência da Cooperativa de Agricultores Ecológicos do Portal da Amazônia (Cooperagrepa), que produzem diversos produtos, alimentos típicos da floresta Amazônica, como castanha-do-brasil, pupunha e guaraná.
Dentro da programação do seminário, às 17 horas, será feito o lançamento do Caderno Mato Grosso Sustentável e Democrático, produzido pelo Formad. A publicação é fruto do projeto Mato Grosso Sustentável e Democrático – MTSD. Os seis artigos da publicação cumprem o objetivo do projeto em promover o debate sobre o atual desenvolvimento e construir as bases de um modelo que considere além da questão econômica, os aspetos humanos, sociais, culturais e ambientais.