Acadêmicos da UFMT Campus Sinop participaram, do dia 10 ao 17 deste mês, de aula de campo no território indígena Enawenê Nawê, entre Juína e Comodoro. A iniciativa consolida uma parceria de longo prazo entre a universidade e o povo indígena, possibilitando a produção de mais de 14 mil mudas de Buriti e outras espécies para a restauração de matas ciliares, cabeceiras e áreas úmidas.
A aula de campo é obrigatória para o curso de Engenharia Florestal e optativa para Agronomia e foi desenvolvida em integração com o projeto de extensão “Arborescer – conhecer para conservar”, que é parceiro do povo Enawenê Nawê desde 2023, com apoio da FUNAI.
O Buriti é vital na cultura Enawenê Nawê, sendo base para indumentária ritualística, alimentação, moradias, utensílios e parte essencial da cosmovisão local, associada ao espírito Yakaliti. Recuperar áreas de Buriti é fortalecer tradições e o modo de vida dos mais de 1,2 mil habitantes do território.
A partir de 2023, a construção do viveiro Honanekakwa no território indígena, com apoio da FUNAI e UFMT, permitiu ampliar a produção de mudas utilizadas principalmente para enriquecer Áreas de Preservação Permanente (APPs). Nesta edição, além da continuidade do plantio, estudantes participaram da ampliação do viveiro, mais que dobrando sua extensão produtiva.
A experiência proporcionou integração entre saber acadêmico e tradicional, além da implantação de um sistema de irrigação por energia solar, em parceria com o professor Handrey Borges. Segundo a servidora da FUNAI, Iana Moura, a parceria elevou o alcance e a qualidade da restauração ambiental no território, com avanços como maior produção, monitoramento das mudas e a nova irrigação, que tornará o processo mais eficiente e sustentável.
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