PUBLICIDADE

Professor da UFMT coordena pesquisa sobre como rochas vulcânicas podem ajudar a reduzir CO₂

PUBLICIDADE
Redação Só Notícias (foto: assessoria)

O professor doutor Lucas Rossetti da Faculdade de Geologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) está coordenando uma pesquisa que apura como rochas vulcânicas podem se tornar aliadas no combate às mudanças climáticas. “Avaliação do potencial de reservatórios não-convencionais vulcânicos para o sequestro e armazenamento de CO₂ antropogênico a partir da mineralização de carbonatos”, que busca alternativas de mitigação das mudanças climáticas a partir da própria geologia brasileira.

Tecnologias de captura e armazenamento de carbono em rochas vulcânicas já vêm sendo aplicadas na Islândia. O avanço dessa linha de pesquisa no Brasil pode abrir caminho para soluções inovadoras de enfrentamento às mudanças climáticas, com base em recursos disponíveis no próprio território nacional.

Neste mês de setembro, o pesquisador teve a oportunidade de visitar uma destas instalações de injeção de dióxido de carbono, desenvolvido pela empresa suíça Climework e operada pela empresa Carbfix. A experiência integra as ações do projeto de pesquisa desenvolvido na UFMT que visa compreender o potencial das rochas vulcânicas da Bacia do Paraná, no Brasil, para o armazenamento geológico de CO₂.

Segundo Rossetti, a visita técnica na Islândia foi fundamental para conhecer de perto as instalações, dado o interesse em verificar a viabilidade aqui no Brasil e possíveis parcerias. “Foi uma experiência muito enriquecedora. Tivemos a oportunidade de conhecer de perto uma tecnologia pioneira e estamos avaliando como ela pode ser adaptada e aplicada no Brasil”, ressaltou o pesquisador.

Atualmente, as instalações na Islândia têm a capacidade de capturar até 36 mil toneladas de dióxido de carbono por ano. Embora possa soar impressionante essa capacidade, em 2023 as emissões globais de CO₂ chegaram a 37,4 gigatoneladas (37 bilhões de toneladas).

Como o CO₂ é extraído do ar? Por meio de grandes tubulações, o CO₂ é separado do ar da atmosfera. Depois, ele é misturado com água em uma espécie de “máquina de refrigerante gigante”, que dissolve o gás. Essa água com CO₂ é então bombeada para dentro da terra, a cerca de 700 metros de profundidade. Lá embaixo, o líquido entra em contato com rochas vulcânicas ricas em minerais como magnésio, cálcio e ferro. Esses elementos funcionam como ingredientes de uma reação química natural, transformando o gás em cristais sólidos. Em outras palavras, o CO₂ deixa de ser um gás e vira parte da própria rocha, como se fosse “petrificado”. 

De acordo com Rossetti, essas rochas basálticas (rocha ígnea), formadas por antigas lavas de vulcão, apresentam poros e fissuras que funcionam como pequenas cavidades capazes de armazenar fluidos — incluindo o CO₂ – por meio da mineralização. “A ideia é usar esse potencial natural para capturar e reduzir a quantidade do gás carbônico na atmosfera – um dos gases de efeito estufa mais presentes e com maior impacto nas mudanças climáticas”, explicou, através da assessoria da UFMT.

Na imagem (abaixo), vemos duas amostras de rocha ígnea. A de cima ainda apresenta os poros abertos, enquanto a de baixo mostra esses espaços já preenchidos por minerais formados a partir da fixação do CO₂. Dessa maneira, segundo a pesquisa, a iniciativa pode colaborar com a transição energética e com o avanço de uma economia mais limpa e de baixo carbono, contribuindo para a transição energética rumo a uma economia de baixo carbono.

A equipe liderada pelo professor mato-grossense tem desenvolvido parte do trabalho de campo no Vale do Rio Antas (RS), região marcada por grandes erupções vulcânicas ocorridas há milhões de anos. Hoje, essas formações rochosas preservam um registro geológico único, que pode também apontar caminhos para o futuro.

Os resultados iniciais, publicados recentemente na revista Journal of South American Earth Sciences e também apresentados na 5ª Conferência e Exposição de Transição Energética Global da EAGE, realizada na Holanda no ano passado, mostram que, em algumas partes das lavas, os poros permanecem abertos e numerosos, aumentando as chances de armazenamento. Em outros trechos, no entanto, eles foram preenchidos por minerais ao longo do tempo, o que limita a capacidade de aprisionar o gás. Ainda assim, segundo o pesquisador, compreender como esses espaços se formam e se transformam é essencial para avaliar o potencial de captura e armazenamento de carbono (CCS na sigla em inglês “Carbon capture and storege”) no subsolo brasileiro.

Receba em seu WhatsApp informações publicadas em Só Notícias. Clique aqui.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Bombeiros orientam família por telefone e salvam bebê engasgado em Alta Floresta

O Corpo de Bombeiros salvou, ontem, um recém-nascido de...

Sorriso: caminhonete aquaplana, bate em veículo e cai em vala na BR-163

O acidente envolvendo a caminhonete (marca e modelo não...

Operação Abafa Amazônia aplica R$ 78 milhões de multas em 10 dias em MT

A Operação Abafa Amazônia, coordenada pelo Corpo de Bombeiros,...
PUBLICIDADE