O juiz federal Murilo Mendes deixará de ser o responsável pela análise dos dois processos criminais que tramitam na comarca de Sinop sobre o acidente com o voo da Gol, que em 2006 vitimou 154 pessoas, em Peixoto de Azevedo. Mendes está afastado do cargo para tratamento de saúde e pediu licença médica de seis meses. Devido a essa situação, o advogado dos familiares das vítimas, Dante D”Aquino, tenta fazer com que o Tribunal Regional Federal (TRF) defina outro magistrado para dar andamento aos dois processos criminais abertos sobre o acidente o mais rápido possível. No entanto, o pedido das famílias é para que o novo juiz seja “definitivo” para o caso.
Segundo informações da Justiça Federal no município, Mendes já havia informado seu estado de saúde e pedido de licença médica ao TRF e solicitou para que a corte designasse outro juiz para dar andamento aos processos que ele estava analisando.
Por meio de assessoria de imprensa, D”Aquino afirmou que a maior preocupação é em relação aos prazos. “Os processos estão parados aguardando a designação do novo juiz federal. A demora poderá trazer consequências irreversíveis à Justiça, como, por exemplo, a prescrição do crime e a impunidade dos responsáveis por um dos maiores acidentes da história brasileira”.
O acidente no Nortão, em 29 de setembro de 2006, foi o segundo maior da aviação civil brasileira. O boeing da Gol fazia o voo 1907, oriundo de Manaus (AM) com destino a Brasília (DF). Ao mesmo tempo o jato executivo Legacy vinha de São José dos Campos (SP) em direção a Manaus, onde pousaria para, no dia seguinte, partir rumo ao exterior. A 37 mil pés de altitude, na região próxima ao município de Peixoto de Azevedo, a ponta da asa esquerda do jato Legacy colidiu com o boeing da Gol provocando danos que acarretaram a desestabilização e a queda do avião. As 154 pessoas a bordo do boeing morreram.