A diocese São Luiz de Cáceres fará uma programação especial destinada à apresentação das etapas finais do processo de beatificação do padre Nazareno Lanciotti, que iniciará amanhã (20), às 18h30, com a celebração de missa em sua honra na catedral Bom Jesus, em Cuiabá, presidida pelo arcebispo Dom Mário Antônio. Os decretos relativos à beatificação do padre foram autorizados pelo Papa Francisco, em abril deste ano, uma semana antes de sua morte. O padre é considerado mártir pela Igreja Católica e foi assassinado em 2001, em Jauru (405 km a oeste da capital).
As atividades visam ampliar a divulgação e esclarecer o avanço do processo e seguem na sexta-feira (21), às 10h, com uma palestra aberta ao público no auditório da União das Faculdades Católicas de Mato Grosso, em Várzea Grande. A exposição será conduzida pelo postulador da causa, o sacerdote italiano Enzo Gabrieli, responsável pelo acompanhamento do trâmite canônico no Vaticano.
De acordo com o Vatican News, Nazareno Lanciotti nasceu em 1940, em Roma (Itália), e foi ordenado sacerdote em 1966. Após exercer seu ministério em Roma por alguns anos, conheceu a “Operação Mato Grosso”, movimento missionário da igreja Católica, e, em 1971, chegou ao Brasil. Fixou-se em Jauru, na época distrito de Cáceres, e iniciou um apostolado, desenvolvendo durante 30 anos trabalho missionário dedicado aos mais pobres e se engajando na luta contra várias formas de injustiça e opressão, como os projetos de combate à prostituição e ao tráfico de drogas, na região fronteiriça com a Bolívia.
Na cidade, fundou a igreja Nossa Senhora do Pilar, criou 57 comunidades eclesiais rurais, um dispensário de cuidados de saúde que, mais tarde, se tornaria um hospital, um orfanato e construiu a casa de repouso para idosos Coração Imaculado de Maria. Em 1987, ingressou no movimento sacerdotal Mariano, onde foi nomeado diretor nacional para o Brasil.
Ainda segundo o Vatican News, “seu trabalho pastoral revelou-se incômodo” e na noite de 11 de fevereiro de 2001, enquanto terminava o jantar com alguns colaboradores, foi gravemente ferido, com um tiro na nuca, por dois criminosos encapuzados que entraram em sua casa. Morreu em 22 de fevereiro, aos 61 anos.
Conforme o trâmite canônico, martirizados como o padre Nazareno são beatificados reconhecendo seu martírio, sem milagre prévio. Para chegar à canonização, é preciso comprovar um milagre, ocorrido após a beatificação. Depois disso, o Papa declara a pessoa santa, permitindo culto universal e inscrição no calendário litúrgico.
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