A imprudência dos motoristas e o aquecimento da economia foram os principais motivos para o aumento no número de acidentes nas estradas em 2007. A constatação foi anunciada hoje, pelo inspetor Alexandre Castilho, da Polícia Rodoviária Federal, durante entrevista coletiva do ministro da Justiça, Tarso Genro.
“É possível observar que os picos de acidentes nas rodovias estão diretamente associados aos momentos econômicos mais prósperos do país. Em 1996 e 1997 tivemos um período próspero na economia. Depois, tivemos uma queda das mortes em acidentes em 2001 – recessão internacional, a economia brasileira não ia tão bem – e em seguida, quando começou a retomada do crescimento, o número de acidentes voltou a aumentar”, explicou o inspetor.
Segundo Castilho, o consumo crescente e o aumento da produção na indústria automobilística, associados à crise aérea, fizeram com que 2007 registrasse 122.985 acidentes com 6.840 mortes – cerca de 10% a mais que em 2006.
O inspetor da PRF ressaltou ainda que a maioria dos acidentes ocorreu em situações consideradas seguras para as estradas: 80,75% em pistas com bom estado de conservação, 71,4% em retas e 63% em tempo seco.
Segundo ele, isso comprova que a violência dos acidentes é mesmo causada por condutores imprudentes e mal-formados para dirigir em estradas: “A imprudência nas estradas é um problema que vem do hábito histórico do brasileiro de desrespeitar as regras impostas. Há também a questão da formação do motorista, que hoje ainda pode ser considerada deficitária em relação ao trânsito rodoviário.”
Os casos de flagrantes de motoristas alcoolizados passaram de 2.412 em 2006 para 6.128 em 2007 – um aumento de 154%.