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Populares bloqueiam BR no Estado em protesto contra usinas

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Cerca de 1,5 mil pessoas estão bloqueando a BR-174 em Porto Esperidião, hoje, como forma de protesto e alerta às autoridades sobre os danos ambientais e sociais causados pelas usinas construídas na região. Reclamam do assoreamento que tomou conta do Rio Jauru que pela primeira vez na história é possível ser atravessado por alguém com a água pela cintura. O rio além de cartão postal da cidade é também a fonte de renda e sustento de cerca de 500 famílias e também a fonte de captação de água que abastece a Porto Esperidião e outras cidades da região.

Apenas ambulâncias estão sendo autorizadas a passar pelo bloqueio. Para chamar a atenção para a gravidade do problema, os manifestantes estão usando barcos, canoas e outras embarcações artesanais estrategicamente colocadas sobre o asfalto, já que a água do rio onde deveria estar os barcos estão deixando de existir. O protesto na rodovia começou por volta das 7h com previsão de encerramento ao meio-dia, mas caso o objetivo não for alcançado, a previsão é que o bloqueio seja mantido. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) já foi informada sobre o protesto e vai monitorar o local e controlar o trânsito.

O movimento que foi amplamente divulgado na região, reúne também o prefeito da cidade, Martins Dias de Oliveira (PR), o secretário de Administração, Nilson Raimundo de Freitas, o Nilsinho, e também o deputado Dilmar Dal Bosco, relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) criada para apurar as circunstâncias em que são instaladas as usinas em Mato Grosso, grande parte sem documentação ou licenças ambientais fornecidas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).

Atualmente existem naquele trecho, uma usina na cabeceira do rio Jauru em Indiavaí e outra em Porto Esperidião. Mas o receio, é segundo o secretário Nilsinho, que novas usinas estão com previsão de serem construídas na região. "Não sabemos se as já existentes estão regulares, ou se surgem de forma irregular, por isso pretendemos que os órgãos competentes como Ministério Público tome providências e convoque audiência pública para debater o assunto e os danos com a população e os responsáveis pelo problema", conta.

Nilsinho explica ainda que Cáceres também é um dos municípios mais afetados com as usinas que estão destruindo o rio Jauru afluente do Rio Paraguai, responsável por projetar a cidade internacionalmente com o Festival Internacional de Pesca (FIP). Ele lembra que em Porto Esperidião, pescadores já têm o sustento prejudicado, já que os peixes estão morrendo e sumindo da região depois que as usinas foram construídas há cerca de cinco anos.

Ele elogia a atitude da população "que enfim, está acordando para defender a vida" e acredita que com o apoio do deputado Dilmar Dal Bosco consigam chamar a atenção do poder público para interceder no caso e convocar reuniões e audiências. "Esse bloqueio na rodovia se trata de um ato para acordar os líderes da população e os políticos, pois se continuar a construção de usinas no ritmo que se encontra, em pouco tempo não vai mais existir vida aqui em Porto Esperidião e região", adverte o secretário.

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