
De acordo com as investigações da delegacia da Polícia Civil, o PM adquiria os entorpecentes com um homem, dono de um bar em Marcelândia e também suspeito de tráfico, e, posteriormente, distribuía aos usuários. Durante depoimento, uma testemunha informou que adquiriu 20 gramas de cocaína com o policial, situação que, segundo ela, já havia ocorrido, pelo menos, três vezes. Em troca, o usuário afirmou que repassava R$ 200 ao militar para cada dez gramas do entorpecente, supostamente adquirido também em Sinop.
O proprietário do estabelecimento comercial, apontado pelas investigações como um ponto de venda de drogas, não negou conhecer o soldado, entretanto, não confirmou se este tinha relação com o tráfico. Em seu depoimento, ainda afirmou que pegou dinheiro emprestado com o militar por várias vezes e que sempre pagou as quantias.
O policial, por outro lado, negou as acusações, alegando que apenas vendeu uma motocicleta para o dono do bar e que frequentava o estabelecimento. Porém, diferente do outro depoimento, o soldado afirmou que os valores repassados ao proprietário eram referentes a venda de uma motocicleta. Os argumentos, no entanto, não foram aceitos pelos membros do Conselho de Disciplina da PM, que consideraram o policial culpado das acusações de tráfico de drogas e sem “condições de permanecer nas fileiras” da corporação mato-grossense.
O suspeito foi admitido em 2004 e teve, durante sua carreira, 11 referências elogiosas e nenhuma punição. Ele ainda pode recorrer da decisão demissória.
Na justiça comum, o soldado foi condenado, após ser preso preventivamente, a 21 anos e nove meses de reclusão na comarca de Marcelândia, pelos crimes de tráfico de entorpecente e associação para o tráfico, com agravantes. Até o mês passado, o militar continuava detido.


