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Policiais federais cruzam os braços pela terceira vez em Mato Grosso

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Policiais federais paralisaram, hoje, as atividades pela terceira vez em Mato Grosso e seguirão com os trabalhos suspensos até amanhã, durante todo o dia. O presidente do Sindicato dos Policias Federais de Mato Grosso (Sinpef-MT), Erlon Brandão, afirmou, ao Só Noticias, que a mobilização ocorre em Cuiabá, Barra do Garças, Rondonópolis e Cáceres. Participam do movimento agentes, escrivães e papiloscopistas. Delegados e peritos não estão inclusos.

De acordo com ele, caso não haja posicionamento do governo federal quanto às reivindicações da classe, a tendência é que o movimento continue crescendo como já vem ocorrendo, podendo até haver greve nacional. No dia 7 deste mês ocorreu a primeira paralisação em todo o país, em que os profissionais cruzaram os braços por duas horas. No último dia 11, a mobilização foi por 24 horas e, desta vez, por 48 horas. Já nos dias 11, 12 e 13 do mês que vem a categoria também deve suspender as atividades, somando 72 horas. Ainda conforme o sindicalista, nos dias 26, 27 e 28 de março, uma assembleia nacional será realizada, em Brasília, para decidir os próximos passos da mobilização.

“O que queremos é que o governo seja honesto e justo e pague para a Polícia Federal o mesmo que paga para as agências”, afirmou o presidente, durante a paralisação de terça-feira (11), se referindo aos salários dos servidores da Receita Federal, Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), entre outras. Segundo ele, os profissionais da PF desempenham uma função tão importante quanto os das empresas citadas, mas recebem bem menos que eles.

Atualmente, o salário inicial da categoria é de R$ 7,8 mil e o máximo chega à 11,8 mil, enquanto que na Recita Federal, por exemplo, os servidores recebem, inicialmente, 13,8 mil. Segundo o sindicato, há sete anos os salários não são equiparados. Por isso, afirmou que a "luta" pelas melhorias por parte da categoria já se arrasta por pelo menos cinco anos.

Os profissionais também cobram melhorias na estrutura de trabalho, bem como mais efetivo. “O governo não tem R$ 500 mil para Cuiabá [para investir em uma reforma na sede da superintendência] mais tem R$ 1,2 bilhão para investir em um porto em Cuba”, criticou, ao relatar que desde setembro do ano passado a categoria denunciou a precariedade na estrutura da superintendência do órgão, na capital, o que inclui problemas nas instalações elétricas, mas até agora nada foi feito.

Quanto ao efetivo, o sindicalista disse que em todo o Estado o ideal seria pelo menos 750 policiais. Atualmente são apenas 370. Em Cáceres, que fica próxima à fronteira com a Bolívia, seriam necessários pelo menos 250 para as atividades de fiscalização. No entanto, 45 homens trabalham no local.

“De outubro de 2012 para cá, o número de operações da PF caiu 70%. Será que acabou a criminalidade?”, questionou, relatando que inúmeras ocorrências deixam de ser atendidas devido à precariedade enfrentada pelo órgão. “O que estão fazendo com a Polícia Federal é uma injustiça”, complementou. Erlon explicou ainda, que as reivindicações da categoria são as mesmas em todo o Brasil.

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