O cabo Cleyber da Silva Maia e o soldado Diogo da Silva Berlim receberam ‘Moções de Aplausos’ das câmaras de vereadores de Alto Taquari e Alto Araguaia, além de congratulações do Conselho Municipal de Segurança Pública de Alto Taquari. Eles arriscaram suas próprias vidas para salvar o caminhoneiro Rogério dos Santos Nunes, atingido por mais de mil picadas de abelhas.
Os dois, lotados no 2º Pelotão de Polícia Militar de Alto Taquari (489 quilômetros de Cuiabá), receberam o chamado da ocorrência pelo 190. Populares informavam que havia uma pessoa sendo atacada por um enxame de abelhas na rodovia GO-341, perto da fronteira de Mato Grosso com Goiás.
Chegando ao local, Maia e Berlim descobriram que Rogério havia sofrido um acidente, tombando o caminhão sobre um cupinzeiro que estava ocupado por abelhas (da espécie Europa). O cabo Maia contou que no momento em que ele e o soldado se aproximaram da vítima também começaram a ser atacados pelas abelhas.
De acordo com Maia, dezenas de motoristas estavam parados na rodovia, dentro de seus carros, mas nenhum se arriscou no socorro à vítima. Somente um produtor da região, usando roupas especiais de apicultura, começou a usar extintores de carros na tentativa de afugentar os insetos.
Os policiais relataram ainda que da primeira vez que levaram o caminhoneiro para a viatura não conseguiram deixar o local rumo ao hospital municipal de Alto Taquari. O enxame seguiu a vítima até o interior do veículo. Somente da segunda vez se desvencilharam das abelhas.
No hospital, quando Rogério Nunes recebia os primeiros socorros, os policiais perceberam o quanto arriscaram. “O médico nos disse que se fossemos alérgico uma única picada nos mataria”, disseram Maia e Berlim. Entretanto, de acordo com o cabo Maia, essa era única maneira de tentar preservar a vida da vítima.
O cabo explicou que antes de decidirem pelo atendimento, buscaram ajuda em unidades especializadas dos Bombeiros de Goiás, já que o ataque de abelhas havia ocorrido em território Goiano, a cerca de 120 quilômetros da cidade de Mineiros, mas por causa da distância entre Mineiros e o ponto da ocorrência, quase o dobro em relação a Alto Taquari, e a urgência que o caso demandava, os policiais entenderam que o atendimento pela Polícia Militar poderia ser a única chance de sobrevivência da vítima.
O caminhoneiro ficou dez dias internado com insuficiência renal decorrente do veneno das abelhas. Em atestado emitido para a vítima, o diretor clínico da Fundação Municipal de Saúde, médico Rony Kley Ribeiro da Silva, escreveu “o paciente deu entrada em estado grave, sendo medicado até restabelecer os sinais vitais. Se não tivesse sido resgatado e levada ao hospital com urgência teria ido a óbito”.Rony Kley atendeu o caminhoneiro e acompanhou o tratamento da vítima.
Já os policiais, que também sofreram picadas, porém, em número bem inferior, não tiveram nenhuma complicação. O fato se deu mês passado, mas apenas esta semana se tornou público no Estado e até fora do país em função da divulgação de um vídeo nas redes sociais.