quinta-feira, 16/maio/2024
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Polícia aponta mais falhas que levaram chalana a naufragar em MT

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A chalana Tô a Tôa, que afundou no Pantanal há 9 dias, tinha que ter três tripulantes habilitados a bordo para pilotar. Foi assim que a Marinha do Brasil liberou a chalana para o transporte de turistas em fevereiro deste ano. Entretanto, o piloto José Gonçalo Souza da Silva é analfabeto e não possui qualquer habilitação, conforme a Polícia Civil. Era ele quem conduzia a embarcação na hora do acidente. O companheiro de Gonçalo, Joaquim da Rosa Santos, afirma que tem habilitação e que trabalhava para o dono da embarcação há mais de duas semanas.

Apesar de não ter habilitação, Gonçalo afirma que possui vasta experiência com embarcações no rio Cuiabá. Especialistas em chalanas ouvidos pela reportagem afirmam que experiência conta, mas que a habilitação é indispensável.

Os pilotos, assim como os outros 11 sobreviventes, já foram ouvidos no inquérito civil e ontem começaram a ser ouvidos pela Marinha. Joaquim, em depoimento à Polícia Civil, disse acreditar que a chalana afundou devido a um calço hidráulico, que pode ter ocorrido devido a entrada de água no motor. Com a água, que não pode ser comprimida, o motor trava.

Gonçalo relatou que quando foi fazer a curva do rio, onde a chalana afundou, abaixou a rotação do motor. Estando em um rebojo, o lado direito do barco acabou afundando e entrou água por trás. Ele afirma no depoimento que logo começou a gritar para todos saírem. Quanto ao estouro que os sobreviventes afirmam terem ouvido, Gonçalo diz acreditar que foi o gerador. Até o momento do acidente, Gonçalo garante que a embarcação estava em “razoável estabilidade”.

O dono da embarcação, Semi Said, confirmou que possui seguro obrigatório, mas não tem seguro particular. Segundo ele, Joaquim só estava na chalana para ajudar os piloteiros nos barcos que os turistas usariam para pescar. A validade da inscrição da chalana era até novembro deste ano. O barco, adquirida de uma igreja, possuía antes a inscrição de lancha. De acordo com Joaquim, a capacidade da chalana era para até 32 pessoas.

Estavam a bordo 12 turistas e 10 tripulantes. Nove pessoas morreram.

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