O cabo da Polícia Militar de Mato Grosso Lucélio Gomes Jacinto foi absolvido pela Justiça pela morte de um homem suspeito de integrar uma organização criminosa especializada em roubos a bancos. O caso ocorreu em 2017, durante uma operação do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) em Matupá (207 quilômetros de Sinop).
De acordo com a decisão do juiz Marcelo Ferreira Botelho, o policial agiu em legítima defesa, já que o suposto assaltante, armado com revólver, representava uma ameaça iminente durante a ação. O magistrado destacou que a operação foi autorizada e que os policiais enfrentaram um grupo fortemente armado, com fuzis e munições de grosso calibre. Testemunhas confirmaram que o suspeito pulou o muro da residência e apontou a arma em direção aos agentes antes de ser atingido.
Segundo a denúncia, a morte do suposto assaltante teria sido o motivo pelo qual o tenente do Bope Carlos Henrique Scheifer foi assassinado no mesmo dia por Lucélio. A versão é de que o cabo tinha intenção de adulterar o boletim de ocorrência sobre a operação, mas o tenente era contra. Em 2023, Lucélio foi sentenciado a 21 anos e quatro meses de prisão pelo homicídio do tenente .
Segundo a Justiça Militar, o crime foi premeditado e teria sido motivado por um desentendimento sobre a versão oficial da morte do acusado de assalto. O juiz Marcos Faleiros afirmou que Jacinto “orquestrou uma farsa” para ocultar sua participação no crime, simulando um acidente durante a operação.
O caso do tenente Scheifer levou o Estado de Mato Grosso a ser condenado a indenizar a família do militar em R$ 150 mil, sob o argumento de que a morte ocorreu em serviço, independentemente de culpa.
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