sábado, 18/maio/2024
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Pilotos dizem que rádio do jato Legacy funcionava perfeitamente

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Os pilotos americanos Joe Lepore e Jan Paladino concederam sua primeira entrevista a um jornal e também a primeira à imprensa brasileira, desde o acidente do Legacy que pilotavam com o Boeing da Gol, causando a maior tragédia da aviação brasileira. A entrevista, concedida ao jornal Folha de S. Paulo, foi publicada hoje, mas foi gravada na
última na última sexta-feira, num hotel de Nova York. Os pilotos garantiram que o rádio do jato “funcionava bem, perfeitamente bem”, apesar de quase 30 tentativas malsucedidas entre eles e o Cindacta-1, o centro de controle de Brasília.

Eles disseram que é impossível garantir que o transponder estava inoperante e que voaram sempre na altitude de 37 mil pés para Manaus, naquela via aérea, porque seguiram a orientação da torre de controle de São José dos Campos. Segundo eles, só o controle de tráfego aéreo poderia mudar essa orientação mais adiante. E não mudou.

Sobre a existência do tão especulado buraco negro, Lepore respondeu que, “ele não deveria estar lá”. E Paladino: “É um problema do sistema, mas não está indicado em lugar nenhum. Penso que o governo brasileiro deve saber dele. Algumas pessoas [do governo] dizem que não há, mas todo mundo sabe e diz que há”.

Eles contaram à reportagem que não viram nem tiveram a mínima idéia de que o Boeing vinha na direção contrária e que só umas duas horas depois de pousar, sãos e salvos, na base militar da serra do Cachimbo, é que ficaram sabendo que um Boeing havia “sumido”.

“Quando estávamos nos aproximando da FIR fronteira [saindo da órbita de controle do Cindacta-1, de Brasília, para a do Cindacta-4, de Manaus], eu comecei a chamar o controle para ter certeza de que estávamos na freqüência correta. Quando não recebi resposta, eu segui os procedimentos habituais e chequei no “chart” as freqüências apropriadas para aquela rota. Isso tomou alguns poucos minutos. Eu estabeleci uma comunicação de mão única desde o centro de controle, pedindo para mudar a freqüência. Não havia nenhuma urgência na voz do controlador, que apenas nos instruiu a contatar o centro de Manaus a partir dali em determinada freqüência. Infelizmente, eu não consegui ouvir toda a freqüência. Pedi para repetir, no processo de tentar restabelecer comunicação”, disse o piloto Jan Paladino.

A reportagem questionou: “Houve versões, no início, de que vocês estavam fora da cabine e não ouviram o rádio porque estavam brincando com um avião novinho em folha. E a hipótese de desligarem o transponder para fazer piruetas sem registro nos radares?
E Paladino respondeu “Foram acusações falsas. Nós sabíamos que as investigações mostrariam que eram todas falsas, porque as gravações da caixa preta provariam que nada era verdade. Esses são os fatos.

Lepore complementou “Isso tudo não faz sentido, esses rumores de que estávamos fazendo piruetas. Não há nenhuma hipótese de ser verdade”.

Sobre o exato momento da batida, eles destacaram. ” Nós sentimos uma forte sacudida, o piloto automático desligou, aí nós agarramos os controles e fizemos tudo para manter o avião voando. Só fizemos isso, nos concentramos em tentar manter o avião voando. A asa estava muito atingida, e um dos passageiros avisou sobre o damage. Nós tínhamos o aeroporto mais próximo no display da cabine e voamos naquela direção, para lá.

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