Deputados reforçaram em plenário a necessidade de a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo investigar o acidente entre um avião da Gol e um jato Legacy, em setembro de 2006, que resultou nas mortes de 154 pessoas, no Nortão do Mato Grosso.
O deputado Nilson Mourão (PT-AC) ressaltou a importância de a CPI ouvir os pilotos norte-americanos do jatinho, que tiveram os passaportes retidos pela Justiça Federal de Sinop e chegaram a ficar cerca de três meses no Brasil, sendo liberados somente em dezembro. Ele defendeu também a convocação de representantes do Ministério da Defesa, da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) e dos controladores de vôo, para que a CPI aponte soluções e evite o uso político dos problemas do setor.
Além de pedir a convocação dos pilotos, o deputado Colbert Martins (PMDB-BA) sugeriu que seja ouvido o repórter do jornal The New York Times que estava no vôo. Ele considerou estranho que o jornal norte-americano tenha publicado reportagem, às vésperas da instalação da CPI, apontando falhas mecânicas e humanas como causas do acidente.
Colbert Martins entende que nos Estados Unidos pode haver um interesse em culpar a Embraer pelo choque das aeronaves. A empresa brasileira é a construtora do jato Legacy, mas, segundo o parlamentar, todos os componentes, inclusive o equipamento que identifica a aproximação de outros objetos, são feitos fora do País. O deputado avaliou que os pilotos podem ajudar a esclarecer o caso.
O deputado Augusto Carvalho (PPS-DF) repudiou as declarações do PT, que teria acusado a oposição de usar a CPI contra o governo. Segundo ele, a CPI tem real interesse em investigar o uso dos recursos destinados ao controle aéreo, e de resolver os problemas que colocam em risco a segurança dos passageiros e dos trabalhadores do setor.