Um grupo de pesquisadores da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) realizou um levantamento inédito sobre o perfil da primeira turma do curso de Enfermagem Intercultural Indígena, ofertado desde novembro de 2023, no câmpus da Unemat, em Barra do Bugres.
O estudo, publicado em revista científica internacional, foi conduzido por Vagner Ferreira do Nascimento, Thalise Yuri Hattori, Érica Baggio e Ana Cláudia Pereira Terças Trettel (Unemat/Faindi), em parceria com Alisséia Guimarães Lemes e Lúbia Maieles Gomes Machado (UFMT).
A pesquisa analisou o perfil dos 50 estudantes indígenas matriculados, pertencentes a 42 etnias. Os dados revelam que a maioria dos acadêmicos é do sexo masculino (70%), tem entre 36 e 50 anos (44%) e já atuava na saúde indígena antes de ingressar no curso (76%), principalmente como técnicos de enfermagem ou agentes de saúde. Municípios como Barra do Garças, Canarana, Querência, Brasnorte e Sapezal concentram o maior número de matriculados.
Segundo os pesquisadores, o mapeamento é estratégico para subsidiar a criação de novas turmas e fortalecer o modelo intercultural, que une saberes tradicionais indígenas e conhecimentos científicos. “Esse curso representa uma conquista histórica, reafirmando o direito dos povos indígenas a uma educação diferenciada e de qualidade”, ressaltam os autores do estudo.
A Faculdade Indígena Intercultural (Faindi), da Unemat, é voltada à formação superior específica para povos indígenas. Criada oficialmente em 2008, a partir da consolidação do projeto “3º Grau Indígena”, a Faindi nasceu com a missão de ofertar cursos interculturais que respeitam e valorizam as tradições, línguas e saberes dos povos originários.
Desde então, a faculdade se tornou referência nacional e internacional em educação indígena diferenciada, ofertando licenciaturas interculturais em diversas áreas do conhecimento, além de programas de pós-graduação exclusivos.
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