Cientistas do instituto Impacto e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) divulgaram, há poucos dias, uma nova técnica não invasiva para coletar pelos de onças-pintadas. As amostras foram coletadas em uma pousada de Poconé (103 km de Cuiabá), no Pantanal. Em vez de capturar os animais, tapetes de fibra sintética foram colocados em locais estratégicos por onde as onças-pintadas passam com frequência. Câmeras traps monitoraram os locais e registraram a coleta de pelos ao longo de 30 dias, em 2023.
Os tapetes foram fixados em árvores, locais próximos às carcaças e manilhas, ambientes frequentados pelos felinos. As armadilhas fotográficas ajudaram a identificar qual indivíduo passou por ali, sendo possível realizar os estudos de genética e de presença de materiais pesados no pelo da onça, como o mercúrio.
As amostras foram enviadas para universidades como a Unesp, onde os estudantes puderam ter acesso para realizar suas pesquisas. No total, foram coletadas sete amostras de um único indivíduo. Cada amostra continha, em média, 500 fios de pelos.
Conforme o estudo, pelos de mamíferos são uma fonte de informação biológica e podem ser utilizados em estudos genéticos, toxicológicos, hormonais e ecológicos. A pesquisa concluiu que “a técnica é uma maneira eficiente e menos estressante de estudar onças-pintadas” e “uma alternativa promissora para obtenção de amostras sem interferir diretamente no comportamento dos animais”.
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