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Pesquisadores da Unemat alertam sobre impactos das queimadas na saúde da população do Pantanal

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Redação Só Notícias (foto: Só Notícias/arquivo)

Pesquisadores da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) alertam, em nota técnica, sobre os impactos da fumaça dos incêndios florestais na saúde da população de Cáceres e demais regiões do Pantanal mato-grossense. Conforme a nota, os incêndios são comuns durante o período de estiagem, mas a intensidade deles reflete diretamente na qualidade do ar e acendem um alerta para os efeitos sobre a saúde a curto e longo prazo.

“Em Cáceres, os efeitos da fumaça já são evidentes, com relatos de dificuldades respiratórias, aumento de atendimentos em unidades de saúde e agravamento de condições como asma, bronquite e pneumonias”, relatam os pesquisadores do curso de ciências biológicas.

Entre as recomendações dadas pelos pesquisadores, está de evitar trabalhos pesados, reforçar a hidratação e buscar unidades médicas em caso de sintomas respiratórios ou cardiovasculares – confira as recomendações no final da matéria.

A fumaça proveniente dos incêndios é composta por uma mistura de poluentes, como monóxido de carbono, material particulado (partículas muito finas de sólidos ou líquidos de substâncias tóxicas suspensas no ar) e até metais pesados como chumbo e mercúrio.

“Essas substâncias são extremamente tóxicas e afetam a saúde de forma aguda e crônica, especialmente para grupos vulneráveis, como crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças respiratórias pré-existentes”, explicam os cientistas.

Os pesquisadores citam estudos que comprovam que a exposição prolongada a esses poluentes e ao material particulado podem desencadear, a longo prazo, doenças autoimunes, crônicas, cardiovasculares e respiratórias.

Um estudo realizado na cidade de Tangará da Serra, por pesquisadores da Unemat, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontou aumento de 10% nas de internações por pneumonia e insuficiência respiratória por conta dos impactos das queimadas.

Os pesquisadores apontam que a realidade de Cáceres não é diferente, já que, nos últimos dias, a cidade está coberta de fumaça. Um monitoramento realizado pelo governo federal, na última terça-feira (19), apontou para uma concentração de material particulado 15 vezes superior do que é recomendado pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). “Toda a população pode apresentar sérios riscos de manifestações de doenças respiratórias e cardiovasculares”, destacam.

Por conta da forte estiagem, da intensidade dos incêndios florestais e dos seus impactos para a saúde humana, o governo do Estado decretou situação de emergência em 58 municípios de Mato Grosso, incluindo Cáceres. A situação foi reconhecida pelo governo federal.

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