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Pesquisadores apontam impactos das queimadas na saúde da população mato-grossense na região do Pantanal

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Só Notícias (foto: Christiano Antonucci:assessoria/arquivo)

Pesquisadores da Universidade do Estado de Mato Grosso alertaram, em nota técnica divulgada hoje, os impactos das grandes queimadas na saúde da população de Cáceres (260 km de Cuiabá), no Pantanal. “A intensidade dos incêndios em 2024 é alarmante, e seus impactos sobre a saúde da população e o meio ambiente são gravíssimos a curto e longo prazo”, advertem os cientistas. Os focos refletem diretamente na qualidade do ar. Desde o dia 4 deste mês, os dados de material particulado 2,5 (MP 2,5) demonstram valores maiores do que aqueles preconizados pela Organização Mundial de Saúde, Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos e Resolução Conama.

Os números são mais alarmantes quando considerados somente as últimas 24 horas, em que a concentração de material particulado atingiu 903,2 µg/m³ (Figura 3), ou seja, 15 vezes a mais do que o que é esperado pela resolução.

Além disso, de acordo com os dados obtidos e o guia de monitoramento da qualidade do ar, com os valores apresentados, do dia 4 até 10. “Toda a população pode apresentar sérios riscos de manifestações de doenças respiratórias e cardiovasculares. Aumento de mortes prematuras em pessoas de grupos sensíveis.”

Em Cáceres, os efeitos da fumaça já são evidentes, com relatos de dificuldades respiratórias, aumento de atendimentos em unidades de saúde e agravamento de condições como asma, bronquite e pneumonias. Crianças e idosos são os mais afetados. A vulnerabilidade desses grupos é acentuada devido a fatores fisiológicos: as crianças possuem maior taxa de ventilação por massa corporal, o que as torna mais suscetíveis à inalação de poluentes, enquanto os idosos, com seu sistema imunológico enfraquecido e menor capacidade respiratória, apresentam maior risco de complicações graves.

A exposição prolongada a esses poluentes pode desencadear efeitos a longo prazo, como o desenvolvimento de doenças crônicas e autoimunes. Estudos apontam que a exposição ao material particulado fino pode estar associada ao aumento de risco de doenças cardiovasculares, respiratórias e redução de expectativa de vida, que em regiões amazônicas pode chegar até 3,2 anos a menos.

Para minimizar os impactos os pesquisadores recomendam implementar sistemas de alerta precoce e emitir avisos sobre saúde e qualidade do ar; conter a liberação de materiais perigosos; avaliar as necessidades de saúde da comunidade e os danos à infraestrutura; restaurar os serviços de atenção primária, como imunização, saúde infantil e materna, e saúde mental; fortalecer os recursos humanos para a gestão de desastres; coletar, analisar e disseminar informações relacionadas a emergências e desastres que provavelmente ocorrerão em uma região; estabelecer e gerenciar estoques de suprimentos e equipamentos de socorro, dentre outras.

Como ações urgentes é recomendado evitar trabalhos extenuantes ou prolongados; reforçar a hidratação para proteção das vias respiratórias; se for necessário aconselhar o paciente a permanecer em ambientes fechados, o ar interno deve ser mantido o mais limpo possível; se sistemas de ar-condicionado forem usados em casa, mantenha a entrada de ar fresco fechada e o filtro limpo para evitar que partículas adicionais contaminem o ar interno, dentre outras.

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