O trecho de 799 km que liga Cuiabá a Alta Floresta é um dos quatro piores do país, na avaliação da Pesquisa Rodoviária 2005, elaborada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).
A rodovia BR-163 recebeu a classificação “ruim” de um modo geral. No quesito qualidade de pavimento, no entanto, o trecho foi considerado “péssimo”. Foi reprovado também em relação à sinalização e à geometria da pista, que não possui um padrão de medida definido ao longo da extensão. A pesquisa, segundo A Gazeta, abrangeu 81.944 quilômetros de rodovias federais, estaduais e privadas de todo o país. Mobilizou quinze equipes de avaliadores, que mapearam as condições gerais das estradas em 32 dias.
Em Mato Grosso, a CNT se ateve a cinco trechos que cortam o Estado. Todos eles apresentam deficiências gerais, de acordo com o estudo. Em 2004, a ligação Cuiabá-Alta Floresta, principal corredor de escoamento da produção agrícola do Norte do Estado, já ocupou as últimas posições do ranking das melhores rodovias. Ficou na 99ª colocação entre 109 trechos rodoviários pesquisados.
Em 2005, a situação piorou, segundo a pesquisa. Está na 106ª posição, entre os mesmos 109. Na “lanterna” do ranking estão trechos do Norte e Nordeste que também sofrem com a falta de manutenção e verbas. O trecho mato-grossense da rota Cuiabá-Brasília também foi considerado “ruim”.
O motorista que enfrenta os 430 km, divididos entre as BR”s 070 e 158, encontra muitos buracos e ondulações, além de problemas de sinalização.
Deterioração – Outra grande mudança notada na pesquisa foi a queda de qualidade do pavimento que cobre o trecho Cuiabá-Porto Velho (RO). Em Mato Grosso, as rodovias BR-070 e 174 passaram a apresentar mais problemas estruturais. O trecho foi “rebaixado” da categoria “bom” para “deficiente”, com cerca de 300 km de asfalto “ruim”, segundo a CNT. O trecho rodoviário do Estado mais bem colocado no ranking da entidade é o que liga Cuiabá a Brasília pela BR-364. Está na 38ª posição, duas à frente do trecho Ponta Porã (MS)- Rondonópolis. De um modo geral, a pesquisa da CNT concluiu que a malha rodoviária do Brasil é imperfeita, sob vários aspectos. Apenas 17% da malha viária foi considerada “boa” e 11% “ótima”, concentrada nos estados do Sudeste e do Sul.