sexta-feira, 29/março/2024
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Pesquisa feita por especialista da Unemat aponta tendência de ‘decréscimo de chuva’ em Sinop, Lucas e Sorriso

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A pesquisa “variabilidade climática e eventos meteorológicos extremos: percepção e vulnerabilidades em cidades da Bacia Hidrográfica do Rio Teles Pires”, iniciada em 2014, deve ser concluída, ano que vem, sob coordenação do Alfredo Zenen Dominguez González, doutor em Ciências Geográficas e professor do curso e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). Ele pesquisa, desde 2014, formas de contribuir com os municípios que sofrem os efeitos de eventos meteorológicos extremos associados às variações climáticas.

O professor escolheu a Bacia do Teles Pires para o estudo tendo em consideração a sua importância hidrográfica (forma parte da Bacia do Rio Tapajós, um dos principais afluentes do Rio Amazonas), a sua localização em uma região com forte expansão da agricultura intensiva e a pecuária bovina (um processo que tem sido acompanhado por uma intensa alteração da vegetação original em um curto período de tempo), bem como a presença de vários empreendimentos hidrelétricos e uma crescente urbanização na bacia.

Foi preciso estudar os diversos tipos de vulnerabilidades da área frente aos impactos que os eventos meteorológicos extremos podem ocasionar e esta parte da pesquisa se centrou nas cidades de Peixoto de Azevedo, Matupá, Guarantã do Norte, Terra Nova do Norte e Colíder, sedes de municípios jovens, com variação de 31 a 48 anos de emancipação.

Até o momento, González, que conta com a colaboração de professores das redes de ensino municipal e estadual nas cidades estudadas, constatou que existem áreas de vulnerabilidade em todas elas. “Seja ela social, econômica e/ou de infraestrutura”. Também foi possível verificar que existem tendências de variabilidade climática, ou seja, decréscimo de chuva na região, especialmente, no centro e sul da bacia, onde cidades como Sinop, Sorriso e Lucas do Rio Verde também são atingidas”, esclareceu o pesquisador.

A pesquisa já identificou falta de compatibilidade entre aptidão e uso do solo, bem como entre a estrutura urbanística e as características de alguns desses eventos extremos. “Além de que muitas vezes as áreas de risco são ocupadas, a estrutura habitacional destas cidades não está preparada para suportar fortes ventos e a infraestrutura de drenagem urbana também não está preparada para as chuvas extremas”, disse o pesquisador, que priorizou em sua pesquisa os eventos relacionados às tormentas severas que geram fortes ventos e chuvas intensas. “Os fatos científicamente demonstrados indicam que, no futuro, será cada vez maior a frequência e intensidade dos eventos extremos no mundo e no Brasil, o que demanda de atitudes concretas e mudanças de pensamento”, alertou.

A pesquisa será finalizada ano que vem e o professor socializará seus resultados com as prefeituras dos municípios envolvidos, com o intuito de contribuir para o aperfeiçoamento do planejamento urbano com especificidades do que fazer em cidades com mais e com menos de 20 mil habitantes. No Brasil, os municípios com menos de 20 mil habitantes estão isentos de elaborar um plano diretor como instrumento norteador do desenvolvimento urbano, porém, desde que eles não estejam dentro da área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental nos âmbitos regional ou nacional, ou não façam parte do cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de fenômenos como grandes deslizamentos, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos, explica González.

Assim, o planejamento baseado nos resultados encontrados pela pesquisa, atrelado à implantação de ações apontadas por ela, poderia contribuir tanto para a diminuição dos efeitos desses eventos como para uma melhor adaptação a eles.

A metodologia que vem sendo utilizada na pesquisa adota a análise bibliográfica e documental sobre a expansão urbana com recortes nos anos de 1987, 1997, 2007 e 2017, que levam em conta as áreas loteadas e suas taxas de urbanização, bem como os desastres advindos de inundações e alagamentos urbanos. Pesquisas de campo e aplicação de questionários também são parte da metodologia, assim como a extração de dados sobre precipitação e temperatura do período de 1988 a 2018, registradas nas estações meteorológicas da região. A informação é da assessoria da Unemat.

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