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Pesquisa da UFMT aponta que Mato Grosso tem aumento em mortes em acidentes de trabalho

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Só Notícias (foto: arquivo/assessoria)

A Universidade Federal de Mato Grosso divulgou, hoje, que a pesquisa do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva aponta que Mato Grosso apresentou, em 2021, a maior taxa de mortalidade em acidentes de trabalho, com 19,5 mortes por cada 100 mil trabalhadores formais, resultando na segunda maior taxa de letalidade do país, com 8,7 mortes a cada mil acidentes. 

“Ao compararmos com as taxas do Brasil, a mortalidade em Mato Grosso foi o triplo, enquanto a letalidade foi o dobro da média nacional, do total dos acidentes do trabalho, entre 2008 a 2017”, explica Maelison Silva, pesquisador do Núcleo de Estudos Ambientais e em Saúde, sobre o resultado obtido na dissertação de mestrado de Nara Regina Fava. 

Segundo o especialista, o quadro de mortes no trabalho no Estado é agravado devido a questões de segurança principalmente ligadas ao setor da agricultura que muitas vezes não proporciona as condições ideais de segurança para funcionários, “ligados ao manuseio de agrotóxicos, por exemplo”. Maelison também explica que há grande número de funções de trabalho que implicam riscos à saúde e à vida dos trabalhadores, nas mais diversas atividades – industriais, de comércio ou serviços, agropecuárias, manuais ou intelectuais.

Dadas as proporções do quadro no estado, mostra-se urgente a atuação das partes responsáveis para minimizá-lo. Neste contexto, o docente afirma que as soluções aplicáveis estão a partir de três perspectivas. “Quanto ao EEstado, as propostas seriam de revogar leis e portarias que fragilizam direitos trabalhistas, fortalecimento da Rede Nacional de Saúde do Trabalhador (RENAST) e dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador e revogação de medidas que prejudicam a organização sindical” explica Maelison.

Em relação as organizações, ele defende que devem atuar na “formação continuada sobre saúde e segurança no trabalho, com liberdade de debate e pensamento para formadores e expressão dos trabalhadores, sem que comentários reflexivos sobre a precariedade do trabalho sejam utilizados para perseguição ou demissão; em equipamentos, fluxos de trabalho e procedimentos modernos que protejam a vida e o ambiente de trabalho digno”, continua.

A informação é da assessoria da UFMT.

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