Familiares de vítimas do acidente com o Boeing 737-800 da Gol querem ajuda da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo da Câmara dos Deputados para ter acesso à gravação da caixa-preta do avião. O Boeing caiu em setembro do ano passado, no Norte de Mato Grosso, após se chocar com um jato Legacy. Os 148 passageiros e seis tripulantes do Boeing morreram. O jato conseguiu fazer um pouso de emergência e nenhum dos ocupantes ficou ferido.
Em carta enviada à CPI e lida hoje (20) pelo presidente da comissão, Marcelo Castro (PMDB-PI), os familiares das vítimas reivindicam o direito de ouvir as gravações, “ainda que apenas ruídos, como anunciado pela Aeronáutica”. Eles argumentam que os parentes dos 199 mortos no acidente com o Airbus A-320 da TAM, ocorrido em 17 de julho deste ano, tiveram oportunidade de escutar as gravações.
“Os familiares aqui representados jamais tiveram acesso a esse material, nem mesmo seus advogados, sendo esse um direito que assiste a todos”, diz a carta, assinada pela presidente da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo 1907, da Gol, Angelita de Marchi.
Segundo o relator da CPI, Marco Maia (PT-RS), os dados das caixas-pretas foram encaminhados à comissão em caráter confidencial. No entendimento do parlamentar, a liberação do áudio para os parentes das vítimas precisa de autorização da Aeronáutica.