Posseiros serão retirados da reserva indígena Urubu Branco por uma força tarefa formada pela Polícia Federal, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Fundação Nacional do Índio (Funai). A operação tem um prazo de 30 dias para ser finalizada e policiais já foram remanejados da superintendência da PF em Cuiabá para o município de Santa Terezinha (1.312 km a nordeste de Cuiabá), onde é localizada a área. Eles tem o objetivo de cumprir o mandado de desocupação de terra e os técnicos da Funai e Ibama vão acompanhar o trabalho. A medida foi publicada em uma portaria do Diário Oficial da União de ontem.
Algumas famílias que ocuparam a área receberam a indenização da União, referente as benfeitorias realizadas no terreno, em 2002. Após o pagamento do dinheiro, os posseiros, que aceitaram o acordo, saíram voluntariamente das terras, mas retornaram pouco tempo depois. As famílias receberem juntas R$ 1,6 milhão de indenização na época. Parte dos ocupantes não aceitou o dinheiro porque afirmava ser pouco em relação aos investimentos empregados na terra durante os 10 anos de invasão.
O restante, conforme o técnico da Funai em Cuiabá, Gilmar Campos, alega que aguarda ser assentado em um lote pelo Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A portaria não faz restrições e determina a retirada de todos os ocupantes.
A Funai em Brasília não informou o número de famílias que ocupam as terras hoje.
A Terra Indígena Urubu Branco tem área total de 167 mil hectares e foi declarada de ocupação indígena. A reserva foi homologada e demarcada pelo Decreto Federal de 08 de setembro de 1998. Ela fica às margens da BR-158, perto de Confresa (1.116 km a Nordeste de Cuiabá) e São Félix do Araguaia (1.200 km a nordeste de Cuiabá). Atualmente, moram na área cerca de 483 índios da etnia Tapirapé.
Campos explica que os conflitos entre posseiros e índios são raros e o maior problema é o dano ambiental causado pelos invasores.
Histórico – A operação não é a primeira que acontece na reserva. Em 2003, cerca de 130 famílias de posseiros foram retiradas pela Polícia Federal, mas retornaram. O técnico da Funai fala que os ocupantes estão devastando a área sem nenhum controle. Eles desmatam a terra para fazer as plantações e pasto para o gado. Depois, vendem ilegalmente as madeiras retiradas na própria região.