O advogado Aroldo Fernandes da Luz e o ex-delegado de Mato Grosso, João Batista Alves Barbosa, ajudaram 2 caseiros da Fazenda Sete Irmãos a fugirem do cerco quando a Polícia Civil ocupou o local. Os caseiros protegiam os 383 kg de cocaína escondidos na fazenda, localizada em Barão de Melgaço.
A informação consta do depoimento de um dos caseiros, que após acordo de delação premiada com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) revelou o esconderijo da droga, que a Polícia procurava na fazenda há 30 dias. De acordo com o delegado Marcelo Felisbino Martins, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), o caseiro contou que, após a ocupação da fazenda pela Polícia, ele e o amigo se esconderam no mato, onde ficaram por cerca de 10 dias.
Aroldo e João Batista providenciaram um barco para que os 2 pudessem deixar a região e fugir para Rosário Oeste (128 km ao Norte), onde moravam os familiares. De acordo com o delegado da DRE, Aroldo e João Batista são sócios no escritório JB Advocacia e Assessoria, em Cuiabá.
Quando a Polícia identificou e pediu a prisão dos caseiros, que na fuga deixaram os documentos na fazenda, Aroldo apresentou os 2 na delegacia. Antes de prestarem depoimento, Aroldo pediu para conversar a sós com os clientes. De acordo com o delegado, era possível perceber que Aroldo estava ameaçando as testemunhas, para que elas assumissem "a bronca". O delegado conta ainda que Aroldo impediu os suspeitos de darem qualquer informação, mesmo sendo ouvidos em declaração, alegando que eles só falariam na presença de um juiz.
Além de auxiliar a fuga de 2 membros da quadrilha, Aroldo permaneceu na região da fazenda durante todo o período de investigação da Polícia Civil. Ele circulava pela região em uma caminhonete S-10, de propriedade de Adonai Novaes de Oliveira, apontado pela Polícia Federal como um dos 3 líderes da organização, juntamente com o advogado Edésio Ribeiro Neto, o "Binho",e o policial civil Wagner Rodrigo de Amorim.