Representantes do setor da construção de Mato Grosso aguardam com expectativa as definições do Governo Federal em relação às obras para a Copa do Mundo de 2014. Cuiabá, uma das 12 cidades sedes, vai se transformar num canteiro de obras e a projeção é que apenas na capital a oferta de empregos duplique, havendo a necessidade de contratação de 30 mil trabalhadores nos próximos três anos. “Ainda não sabemos o modelo em que estas obras serão realizadas. Se por meio de concorrência pública, ou pelas parcerias público-privadas”, disse o presidente do Sinduscon (Sindicato das Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso), Luiz Carlos Richter Fernandes.
Calcula-se que os investimentos em Mato Grosso por conta da Copa girem em torno de R$ 3 bilhões, recursos estes a serem bancados pelos governos federal, estadual, municipal, além da iniciativa privada. A exemplo do que já ocorre com as obras do PAC, em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou a antecipação de 20% dos contratos, o setor espera que ocorra o mesmo com as obras da Copa.
O presidente do Sinduscon diz que as empresas precisariam de linhas de crédito para adquirir novos equipamentos, adequando-se às futuras exigências. “Além da liberação de financiamento para o setor, o Governo Federal poderia, também, se responsabilizar pela qualificação da mão-de-obra”, observou Fernandes. Atualmente, em Cuiabá, estão instaladas cerca de 100 empresas de construção, entre grandes e médias.
Fazem parte dos projetos previstos obras de transporte (corredores de ônibus, viadutos, túneis, pontes, duplicação de avenidas), infraestrutura esportiva (construção do novo estádio e de pelo menos dois centros de treinamento), turismo (infraestrutura em cidades turísticas localizadas a uma distância de 200 km de Cuiabá), aeroporto (reforma de alas do Aeroporto Internacional Marechal Rondon, em Várzea Grande, e de um novo terminal de passageiros), além da construção de centros de eventos em Cuiabá e Várzea Grande.
O secretário de Infraestrutura de Mato Grosso, Vilceu Marcheti, adiantou que assim que as definições evoluírem, os contatos com o setor privado será intensificado. “Vamos estar em contato com os sindicatos, com o setor privado. Porque é de suma importância que as obras ocorram dentro dos prazos determinados”, afirmou Marcheti.
As entidades patronais começam agora a mobilizar o setor, para que se habilitem em pé de igualdade com outras empresas que certamente virão de fora para participar das concorrências. “Temos aqui empresas de todo o porte. Elas devem se preparar, se estruturar. Com as obras da Copa queremos crescer, principalmente àquelas de menor porte”, projeta o presidente do Sinduscon.