PUBLICIDADE

OAB quer fim da morosidade do Judiciário e ética na advocacia em Mato Grosso

PUBLICIDADE

Dois temas pontuaram os debates no Colégio de Presidentes das Subseções da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso, que aconteceu em Jaciara, no último final de semana. Primeiro, a questão da morosidade do poder Judiciário, um velho e grave problema que parece longe de solução. O segundo foi quanto a ética na advocacia: os dirigentes de Ordem no interior querem que a OAB seja mais dura, rigorosa e ágil na punição de profissionais que violam o código de conduta, expressa pela lei 8.906/99 – o Estatuto da Advocacia. “Tivemos um saldo positivo, com amplos debates, cujas propostas vamos discutir já na próxima reunião do Conselho Seccional” – explicou o presidente da OAB no Estado, Francisco Faiad.

A lentidão do Judiciário, a rigor, dominou a pauta nos três dias de debates. O presidente da subseção da OAB em Jaciara, Ednelson Zuliani Bello já tratava da questão na abertura dos trabalhos. Ele lembrou que o problema é grave por conta do descrédito em que a população se manifesta quanto a distribuição de Justiça. Bello enfatizou que a demora permite a ação de agentes outros, que acabam resultando em ações delinqüentes contra o cidadão e contra a própria sociedade. “Hoje, o cidadão entra com uma ação na Justiça e já acredita que vai ter resultado. Por outro lado, aquele que é processado, não crê que a Justiça chegará até ele” – disse, ao destacar o tom da impunidade.

O presidente da Ordem dos Advogados em Campo Verde, Alexandre Panosso, lembrou que existe uma “conivência com a morosidade” por parte dos agentes públicos. Segundo ele, na comarca de Campo Verde existem processos concluso para sentença, aguardando há um ano e meio. Ou seja, basta o magistrado ou magistrada decidir. Essa situação, segundo ele, ocorre fundamentalmente no Juizado Especial – apelidado de “patinho feio” do Judiciário. “A lei 9.099 veio para dar celeridade, mas as ações demoram mais que na Justiça comum” – enfatizou.

A rigor, os problemas em primeira instância são graves. Faltam juízes. Segundo cálculos do Tribunal de Justiça, hoje são necessário pelo menos 38 novos magistrados para o Estado. Contudo, os números da OAB apontam para 60, ou seja, quase o dobro. O presidente da subseção da Ordem em Pontes e Lacerda, Ildo Vicente de Souza, lamentou o fato de que o Judiciário no município ainda não esteja incluído no chamado projeto Apolo, que garante mais celeridade nas definições processuais. “Hoje, tudo depende da memória de uma funcionária” – observou.

Mas há também bons exemplos no Judiciário. O presidente da OAB em Nova Xavantina, Celson Jesus Gonçalves Faleiro, afirmou que a comarca não sofre com problemas de “entupimento” processual. Ele ressaltou as qualidades do magistrado designado para atender a comarca – o que suscitou a conclusão de que quando o juiz deseja resolver os problemas, é perfeitamente possível. Segundo Arnaldo Delpizo, a comarca também não enfrenta problemas de morosidade. “Temos um juiz que atua com muita vontade, com muita dedicação, que se for necessário vira a noite para distribuir justiça” – frisou.

Com a mesma ênfase que cobraram o fim da morosidade do Judiciário, presidentes de subseções também querem que o Tribunal de Ética e Disciplina da OAB atue com mais firmeza do que já lhe é peculiar e rapidez. Um dos casos citados em que se exige o rápido cumprimento dos estatutos envolve advogados de Rondonópolis, presos no final do ano passado. “A sociedade quer saber, nos cobra resultados, nos cobra permanentemente informações sobre a situação deles” – disse Duílio Piato Júnior, presidente da OAB de Rondonópolis. O assunto, segundo informou o presidente Francisco Faiad, já está em andamento no TED e que logo haverá uma deliberação. “Eram necessárias algumas informações para que fosse instruída a denúncia” – explicou.

Atualmente, mais de 2 mil processos tramitam pelo Tribunal de Ética da OAB. Faiad disse que as turmas vêm fazendo todos os esforços possíveis para reduzir esse estoque processual. “Mas, ao contrário da Justiça, o TED é feito, assim como toda a Ordem dos Advogados do Brasil, pelo voluntariado, pela dedicação do advogado. Ninguém recebe absolutamente nada por isso” – comentou. Para dar mais celeridade, a direção do TED estuda a possibilidade de criação de câmaras regionais do Tribunal. Um dos assuntos já pautados par debate no próximo Colégio de Presidentes, no final de setembro, em Nova Mutum, deverá ser exatamente a questão da atuação do Tribunal de Ética.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

PUBLICIDADE